22 dezembro 2011

Praça Portugal em Fortaleza - 2011
Com um click no link abaixo desejo a todos você que passam pelo Além do Horizonte, um Natal de Paz num jeito bem brasileiro sem neve, sem rena e sem trenó, ao som de nossa música e com a criatividade que nosso povo tem.

http://www.youtube.com/watch?v=sGDO99gmb1Q

Um abraço a todos e um Ano Novo de muitas realizações.
Praça Portugal em Fortaleza - 2011
Com um click no link abaixo desejo a todos você que passam pelo Além do Horizonte, um Natal de Paz num jeito bem brasileiro sem neve, sem rena e sem trenó, ao som de nossa música e com a criatividade que nosso povo tem.

http://www.youtube.com/watch?v=sGDO99gmb1Q

Um abraço a todos e um Ano Novo de muitas realizações.

16 dezembro 2011

RECEITA DE ADUBO
Vou  saber do Dr. Mano
Pra ficar bem informado
Se até o fim do ano
Usando este “misturado”
Minhas plantas adubando
Aguando bem aguado,
É fruteira frutificando
E o lucro adequado.

A seguir o misturado,
Na devida proporção:
Dez quilos, bosta de gado,
Com seis quilos de pinhão,
Sabugo vai um bocado
Folha seca de limão
Cinco “infia” de sapato
Meio rolo de cordão.

De um frango “afeminado”
Tira tudo que é canhão
Mistura com “esparadrapo”
E uns “fiapo” de “chitão”.
Pó de café cuado
Aguarrás e alcatrão
O pé vai ficar lotado
De florzinha e de butão

Um trovão acorrentado
Na poeira dum tufão
E depois bem amarrado
Num pedaço de tição,
Cinco prego enferrujado
Parafuso de latão
“quépropé” ficar pregado  *
Na terra dentro do chão.

Com tudim bem misturado
Joga dentro dum pilão,
Cinco dente cariado
Da esposa dum anão
Pila tudo bem pilado
Por três dia “encarriado”
E quando tiver cansado,
Entrega  pro seu irmão.

Com mais três dias pilando
E tudo bem triturado,
Num tambor vá colocando
Deixe tudo bem lacrado
Vá logo se preparando
Pra deixar abandonado.

Pois....

Já dizia minha vó:
Pra planta ficar mais pura
Não adianta mistura.
Bosta de gado é melhor.

P.S   Pode até ser que não preste,
Não seja o melhor da praça
Mas, se sua planta não cresce,
Vai ficar achando graça.
*Tradução do potiguês, para o português (que é para o pé)
Emanuel B. de Brito


E o Zermano seu irmão, foi na onda de Mané, conseguiu um pouquinho desse adubo espalhou na sua horta, e veja só o que deu. Pois não é, que num dia só ele colheu trezentos tomatinho? Eita pezinho valente!!!

RECEITA DE ADUBO
Vou  saber do Dr. Mano
Pra ficar bem informado
Se até o fim do ano
Usando este “misturado”
Minhas plantas adubando
Aguando bem aguado,
É fruteira frutificando
E o lucro adequado.

A seguir o misturado,
Na devida proporção:
Dez quilos, bosta de gado,
Com seis quilos de pinhão,
Sabugo vai um bocado
Folha seca de limão
Cinco “infia” de sapato
Meio rolo de cordão.

De um frango “afeminado”
Tira tudo que é canhão
Mistura com “esparadrapo”
E uns “fiapo” de “chitão”.
Pó de café cuado
Aguarrás e alcatrão
O pé vai ficar lotado
De florzinha e de butão

Um trovão acorrentado
Na poeira dum tufão
E depois bem amarrado
Num pedaço de tição,
Cinco prego enferrujado
Parafuso de latão
“quépropé” ficar pregado  *
Na terra dentro do chão.

Com tudim bem misturado
Joga dentro dum pilão,
Cinco dente cariado
Da esposa dum anão
Pila tudo bem pilado
Por três dia “encarriado”
E quando tiver cansado,
Entrega  pro seu irmão.

Com mais três dias pilando
E tudo bem triturado,
Num tambor vá colocando
Deixe tudo bem lacrado
Vá logo se preparando
Pra deixar abandonado.

Pois....

Já dizia minha vó:
Pra planta ficar mais pura
Não adianta mistura.
Bosta de gado é melhor.

P.S   Pode até ser que não preste,
Não seja o melhor da praça
Mas, se sua planta não cresce,
Vai ficar achando graça.
*Tradução do potiguês, para o português (que é para o pé)
Emanuel B. de Brito


E o Zermano seu irmão, foi na onda de Mané, conseguiu um pouquinho desse adubo espalhou na sua horta, e veja só o que deu. Pois não é, que num dia só ele colheu trezentos tomatinho? Eita pezinho valente!!!

09 dezembro 2011

A infância do Napoleão no Sitio Saco dos tempos do Tio Quincas e do Pai Né Rosendo


Em carta pessoal para Marcos, o Dr. Napoleão Tavares Neves relatou os seguintes fatos relacionados com a sua infância no Sítio Saco dos tempos do Tio Quincas e do Pai Né Rosendo.


No tempo do Saco de Joaquin Neves, o Saco era autosuficiente em tudo, fabricando aguardente e até álcool, em um rústico alambique artesanal. No engenho de Pai Né fabricava-se até açúcar, a partir do melaço da rapadura. Houve época no Saco, antes do advento da energia de Paulo Afonso, que a casa do tio Alboino era iluminada com energia elétrica da Nascente Grande do Saco, caindo em uma roda hidráulica dentada, de madeira, acionando um gerador. Nesta nascente, uma das mais caudalosas do Cariri, quando menino, costumava esperar o gado que descia da Chapada do Araripe para beber. Vezes, ficava o dia inteiro lá com os vaqueiros, esperando o gado que descia. O gado descia liderado por uma vaca de chocalho que tinha liderança sobre o seu grupo e o vaqueiro, José Felix, ao ouvir ao longe o tom do chocalho dizia: “Lá vem a vaca Princesa com a sua maromba” e era mesmo!
Entre uma manada e outra, eu ficava tomando banho na fonte e brincando de fazer cavalo de vargem de mucunã, ali muito encontradiça.
E olhe que a mais saborosa carne é a carne dos alforges dos vaqueiros, porque o chôto dos cavalos o dia inteiro, faz impregnar o sal na carne, tornando de sabor inigualável! É típica de carne de alforge!  E às vezes comia-se carne com piqui assado na brasa. Uma delícia! A comida típica do vaqueiro, tendo como prato a tampa do alforge, é sempre carne assada, com farinha e rapadura raspada e queijo. Um manjá, sobretudo para menino! Todo vaqueiro conduz a sua comida nos alforges, a sua rede na maca e a ração de milho para o cavalo em um surrão de couro.
Os vaqueiros do Saco recebiam por semana, cada um, 2 quilos de carne boa, por eles escolhida. Era uma casta privilegiada, respeitada, acatada e que comia na mesa com o patrão. Cada um tinha 4 cavalos bons, gordos e um burro para o traqueijo do gado. Cada vaqueiro chegava a possuir até 50 reses criadas junto com as do patrão e sorteavam de 4/um, isto é, de cada 4 bezerros nascidos, um era do vaqueiro.
Outra casta muito acatada e bem acolhida no Saco do meu tempo eram os comboeiros da rapadura. Não havia caminhão e toda a produção de rapadura até 1940 ara tirada em costas de burros, sobretudo comboeiros dos sertões da Paraíba e até do Rio Grande do Norte. Lembro-me de comboeiros do condado de Patos, Souza, Antenor Navarro e, sobretudo do Açude de Curemas que se dizia ser o maior do Brasil. O comboeiro João Daniel ficava até alta noite empaiolando rapadura no rancho de engenho e contando as lendas do Açude de Curemas. Era simpático, respeitável e comia na mesa com Pai Né. Tinha 25 burros famosos dividido por 5 comboeiros, todos filhos ou genros. Na hora da saída da tropa Pai Né dava 25 rapaduras para comerem na longa travessia. A burra da guia era amestrada e a primeira a ser carregada, após o que ele dava um açoite e ela ficava rodopiando, em círculo. A cada burro que era carregado, novo açoite com a linha de comboeiro e o animal juntava-se aos outros, rodopiando. Certa vez, perguntei-lhe: Por que eles têm que rodopiar? Resposta: “É o que chamamos de aquecimento. Se não fizer isto os burros se deitam com as cargas.” Na hora da saída, Pai Né fazia a conta e ele pagava em espécie, retirando o dinheiro de um patuá de sola enfeitado. Eita tempo bom danado, Marcos!
Napoleão Tavares Neves, 2.11.2.11
(assinado em baixo)
A infância do Napoleão no Sitio Saco dos tempos do Tio Quincas e do Pai Né Rosendo


Em carta pessoal para Marcos, o Dr. Napoleão Tavares Neves relatou os seguintes fatos relacionados com a sua infância no Sítio Saco dos tempos do Tio Quincas e do Pai Né Rosendo.


No tempo do Saco de Joaquin Neves, o Saco era autosuficiente em tudo, fabricando aguardente e até álcool, em um rústico alambique artesanal. No engenho de Pai Né fabricava-se até açúcar, a partir do melaço da rapadura. Houve época no Saco, antes do advento da energia de Paulo Afonso, que a casa do tio Alboino era iluminada com energia elétrica da Nascente Grande do Saco, caindo em uma roda hidráulica dentada, de madeira, acionando um gerador. Nesta nascente, uma das mais caudalosas do Cariri, quando menino, costumava esperar o gado que descia da Chapada do Araripe para beber. Vezes, ficava o dia inteiro lá com os vaqueiros, esperando o gado que descia. O gado descia liderado por uma vaca de chocalho que tinha liderança sobre o seu grupo e o vaqueiro, José Felix, ao ouvir ao longe o tom do chocalho dizia: “Lá vem a vaca Princesa com a sua maromba” e era mesmo!
Entre uma manada e outra, eu ficava tomando banho na fonte e brincando de fazer cavalo de vargem de mucunã, ali muito encontradiça.
E olhe que a mais saborosa carne é a carne dos alforges dos vaqueiros, porque o chôto dos cavalos o dia inteiro, faz impregnar o sal na carne, tornando de sabor inigualável! É típica de carne de alforge!  E às vezes comia-se carne com piqui assado na brasa. Uma delícia! A comida típica do vaqueiro, tendo como prato a tampa do alforge, é sempre carne assada, com farinha e rapadura raspada e queijo. Um manjá, sobretudo para menino! Todo vaqueiro conduz a sua comida nos alforges, a sua rede na maca e a ração de milho para o cavalo em um surrão de couro.
Os vaqueiros do Saco recebiam por semana, cada um, 2 quilos de carne boa, por eles escolhida. Era uma casta privilegiada, respeitada, acatada e que comia na mesa com o patrão. Cada um tinha 4 cavalos bons, gordos e um burro para o traqueijo do gado. Cada vaqueiro chegava a possuir até 50 reses criadas junto com as do patrão e sorteavam de 4/um, isto é, de cada 4 bezerros nascidos, um era do vaqueiro.
Outra casta muito acatada e bem acolhida no Saco do meu tempo eram os comboeiros da rapadura. Não havia caminhão e toda a produção de rapadura até 1940 ara tirada em costas de burros, sobretudo comboeiros dos sertões da Paraíba e até do Rio Grande do Norte. Lembro-me de comboeiros do condado de Patos, Souza, Antenor Navarro e, sobretudo do Açude de Curemas que se dizia ser o maior do Brasil. O comboeiro João Daniel ficava até alta noite empaiolando rapadura no rancho de engenho e contando as lendas do Açude de Curemas. Era simpático, respeitável e comia na mesa com Pai Né. Tinha 25 burros famosos dividido por 5 comboeiros, todos filhos ou genros. Na hora da saída da tropa Pai Né dava 25 rapaduras para comerem na longa travessia. A burra da guia era amestrada e a primeira a ser carregada, após o que ele dava um açoite e ela ficava rodopiando, em círculo. A cada burro que era carregado, novo açoite com a linha de comboeiro e o animal juntava-se aos outros, rodopiando. Certa vez, perguntei-lhe: Por que eles têm que rodopiar? Resposta: “É o que chamamos de aquecimento. Se não fizer isto os burros se deitam com as cargas.” Na hora da saída, Pai Né fazia a conta e ele pagava em espécie, retirando o dinheiro de um patuá de sola enfeitado. Eita tempo bom danado, Marcos!
Napoleão Tavares Neves, 2.11.2.11
(assinado em baixo)

03 dezembro 2011

Aniversário Zita

Posted by Picasa
Aniversários Mamãe
Após assistirmos a missa na capela do Hospital Militar em Fortaleza, fomos comemorar na praça de alimentação do Jardins Shopping Mall. Foi um encontro agradável. A decoração de Natal desta região está belissíma.

Aniversário Zita

Posted by Picasa
Aniversários Mamãe
Após assistirmos a missa na capela do Hospital Militar em Fortaleza, fomos comemorar na praça de alimentação do Jardins Shopping Mall. Foi um encontro agradável. A decoração de Natal desta região está belissíma.

25 novembro 2011

RECEITA DE AMOR


Insônia das brabas, olhos teimosos sem querer fechar. Abriu o livro, aleatoriamente, e leu um Poema qualquer, também de forma aleatória. Fechou o livro, beijou a mulher e recitou-lhe um verso. Amaram-se. No outro dia, a mulher tomou-lhe das mãos o livro, abriu-o, aleatoriamente, e leu um Poema qualquer, também de forma aleatória. Amaram-se. Toda semana iam à Livraria à busca de novos livros de Poesia. Nas bodas de prata, deram-se, um ao outro, um livro de Drummond. Ficam na cabeceira da cama.

RECEITA DE AMOR


Insônia das brabas, olhos teimosos sem querer fechar. Abriu o livro, aleatoriamente, e leu um Poema qualquer, também de forma aleatória. Fechou o livro, beijou a mulher e recitou-lhe um verso. Amaram-se. No outro dia, a mulher tomou-lhe das mãos o livro, abriu-o, aleatoriamente, e leu um Poema qualquer, também de forma aleatória. Amaram-se. Toda semana iam à Livraria à busca de novos livros de Poesia. Nas bodas de prata, deram-se, um ao outro, um livro de Drummond. Ficam na cabeceira da cama.

20 novembro 2011

Nossa Viagem ao Cariri  -  Novembro/2011
  • Aniversário de Verônica em Várzea alegre - 12/11/2011
http://www.youtube.com/watch?v=vKxQYYE5KeE

  • Aniversário de Madaleninha - Casa de Verônica em Várzea Alegre CE 13/11/2011
https://picasaweb.google.com/107509913006900737957/20111113?authkey=Gv1sRgCNXTmriO3p7DzQE
  • Um domingo com Dau e Deta - Serra da Guritiba - Chapada do Araripe
http://www.youtube.com/watch?v=W4UsYclxYV4


  • Coisas da Serra

    Serra da Guritiba - Chapada do Araripe
    Nossa Viagem ao Cariri  -  Novembro/2011
    • Aniversário de Verônica em Várzea alegre - 12/11/2011
    http://www.youtube.com/watch?v=vKxQYYE5KeE

    • Aniversário de Madaleninha - Casa de Verônica em Várzea Alegre CE 13/11/2011
    https://picasaweb.google.com/107509913006900737957/20111113?authkey=Gv1sRgCNXTmriO3p7DzQE
    • Um domingo com Dau e Deta - Serra da Guritiba - Chapada do Araripe
    http://www.youtube.com/watch?v=W4UsYclxYV4


    • Coisas da Serra

      Serra da Guritiba - Chapada do Araripe

      Estórias de Seu Deusim e Outros

      FEITIÇO CONTRA O FEITICEIRO.
      Um amigo de Seu Deuzim contou que, quando era novo, resolveu ganhar a vida no Maranhão onde trabalhou, namorou e noivou.
       Após algum tempo, desanimado com o noivado, resolveu voltar para o Juazeiro.  Disse para a noiva que iria juntar um dinheirinho e, logo em seguida, voltava pra casar.
       A noiva desconfiou que a viagem, na verdade, era uma fuga e resolveu preparar uma galinha para ser comida na viagem.
      O noivo, por sua vez, desconfiou da refeição preparada e resolveu jogá-la no rio Mearim.
      Três dias depois entrou um jacaré na casa da noiva.

      Estórias de Seu Deusim e Outros

      FEITIÇO CONTRA O FEITICEIRO.
      Um amigo de Seu Deuzim contou que, quando era novo, resolveu ganhar a vida no Maranhão onde trabalhou, namorou e noivou.
       Após algum tempo, desanimado com o noivado, resolveu voltar para o Juazeiro.  Disse para a noiva que iria juntar um dinheirinho e, logo em seguida, voltava pra casar.
       A noiva desconfiou que a viagem, na verdade, era uma fuga e resolveu preparar uma galinha para ser comida na viagem.
      O noivo, por sua vez, desconfiou da refeição preparada e resolveu jogá-la no rio Mearim.
      Três dias depois entrou um jacaré na casa da noiva.

      19 novembro 2011

      Com 11 filhos de três sucessivos e ajustados casamentos, Osmundo, sempre
       alegre e sorridente, percorria as mesas postas de baixo de um frondoso
       juazeiro, andando com desenvoltura e sem bengala, como se tivesse 18 anos!
       Nunca vi coisa igual em um rijo varão de 98 anos que, ainda hoje, no seu
       caminhão, faz semanalmente a linha Crato, Feira de Granito e do Parnamirim,
       já planejando a comemoração do seu esperado Centenário. Impressionante!
       Houve uma bonita para-liturgia feita por sua primogênita, Tezinha, ao fim da
       qual, Osmundo declamou sem titubear, com voz forte e sem pestanejar um poema
       do poeta sertanejo, Otacilio Pereira de Carvalho, arrancando aplausos e
       admiração dos presentes!
       Enquanto isto, “O SOL TIRAVA FAISCAS
                                 DO LEITO DO BRIGIDA SECO”!
       Até o calor sertanejo foi amenizado pela brisa que soprava nas margens do
       Riacho da Brígida!
       Tudo decorreu em agradável clima familiar sem uma só nota dissonante!
       Ali estavam parentes, amigos e um vasto ciclo familiar integrado por 11
       filhos e seus numerosos descendentes.
       Um saboroso churrasco foi servido, seguido por um suculento e bem sertanejo
       almoço, tudo isto ao ronco de uma sanfona que executava músicas bem
       brejeiras de Luiz Gonzaga, o conhecido SAFONEIRO DO RIACHO DA BRÍGIDA,
       segundo expressão do escritor Sinval Sá. E Osmundo ainda dançou um xote com
       a esposa, Deuva!
       Enquanto isto, netos e bisnetos do aniversariante, de deliciavam nas águas
       de uma piscina ali mesmo fincada na sombra acolhedora de um juazeiro que,
       até parece, renovou a sua folhagem para a bonita e rara comemoração.
       E os belos e floridos pausdarcos das quebradas da Chapada do Araripe, como
       que fizeram o pano de fundo do álacre evento, colorindo de lindo amarelo as
       encostadas da Chapada, no seu lado pernambucano!
       E aqui é o jeito repetir o cantador sertanejo, Lourival Bandeira:
       “AO LONGE SINTO SAUDADES DE UMA FESTA NO SERTÃO”!!!
       Decididamente, foi um domingo diferente, com o inconfundível  verniz da
       família cristã sertaneja que é, com certeza, a melhor e mais forte
       instituição nacional, base mesma da Nacionalidade!
       Barbalha, 13.11.2011. Napoleão Tavares Neves.

      Com 11 filhos de três sucessivos e ajustados casamentos, Osmundo, sempre
       alegre e sorridente, percorria as mesas postas de baixo de um frondoso
       juazeiro, andando com desenvoltura e sem bengala, como se tivesse 18 anos!
       Nunca vi coisa igual em um rijo varão de 98 anos que, ainda hoje, no seu
       caminhão, faz semanalmente a linha Crato, Feira de Granito e do Parnamirim,
       já planejando a comemoração do seu esperado Centenário. Impressionante!
       Houve uma bonita para-liturgia feita por sua primogênita, Tezinha, ao fim da
       qual, Osmundo declamou sem titubear, com voz forte e sem pestanejar um poema
       do poeta sertanejo, Otacilio Pereira de Carvalho, arrancando aplausos e
       admiração dos presentes!
       Enquanto isto, “O SOL TIRAVA FAISCAS
                                 DO LEITO DO BRIGIDA SECO”!
       Até o calor sertanejo foi amenizado pela brisa que soprava nas margens do
       Riacho da Brígida!
       Tudo decorreu em agradável clima familiar sem uma só nota dissonante!
       Ali estavam parentes, amigos e um vasto ciclo familiar integrado por 11
       filhos e seus numerosos descendentes.
       Um saboroso churrasco foi servido, seguido por um suculento e bem sertanejo
       almoço, tudo isto ao ronco de uma sanfona que executava músicas bem
       brejeiras de Luiz Gonzaga, o conhecido SAFONEIRO DO RIACHO DA BRÍGIDA,
       segundo expressão do escritor Sinval Sá. E Osmundo ainda dançou um xote com
       a esposa, Deuva!
       Enquanto isto, netos e bisnetos do aniversariante, de deliciavam nas águas
       de uma piscina ali mesmo fincada na sombra acolhedora de um juazeiro que,
       até parece, renovou a sua folhagem para a bonita e rara comemoração.
       E os belos e floridos pausdarcos das quebradas da Chapada do Araripe, como
       que fizeram o pano de fundo do álacre evento, colorindo de lindo amarelo as
       encostadas da Chapada, no seu lado pernambucano!
       E aqui é o jeito repetir o cantador sertanejo, Lourival Bandeira:
       “AO LONGE SINTO SAUDADES DE UMA FESTA NO SERTÃO”!!!
       Decididamente, foi um domingo diferente, com o inconfundível  verniz da
       família cristã sertaneja que é, com certeza, a melhor e mais forte
       instituição nacional, base mesma da Nacionalidade!
       Barbalha, 13.11.2011. Napoleão Tavares Neves.

      18 novembro 2011

      Lembranças de touro brabo e de vaca parida
      Eu acordava bem cedo, lá pelas 5:0h, para tomar leite mugido, ainda quentinho e todo dia eu via a confusão de um touro Jersey (um bicho parrudo!) querendo pegar um dos vaqueiros. Devia ser um acerto de contas e um dia ele pegou o Sr. Alcides, a treição e deu - lhe uma chifrada que o levantou pelos ares. A queda foi tão violenta que o vaqueiro quebrou três costelas e um braço e não morreu porque Antônio Caboclo foi ligeiro, o acudiu em tempo e dominou o touro. Mesmo assim, o vaqueiro ficou marcado para morrer pelo desgraçado do touro, uma coisa medonha!
      O touro foi separado, durante a ordenha das vacas paridas para a parte de baixo do curral, mas bastava ele ouvir a voz do Sr. Alcides que começava a uivar, a cavar o chão e a querer mostrar quem era o dono do pedaço. Ele foi separado em uma manga e andava apenas com novilhas e garrotes e assim, o bicho ficou ainda mais invocado, pois deixou de acompanhar as vacas no cio. Com isso o touro se tornou mais perigoso e traiçoeiro, somente Antônio Caboclo tinha moral com aquele touro e mesmo papai evitava enfrentar o bicho. Gerou-se um grande problema, pois o touro sentindo o cio das vacas estourava cercas, investia contra vaqueiro montado em cavalo campolina, até que um dia ele foi negociado e a paz voltou ao curral. Esses são fatos verídicos, ocorridos durante a minha primeira infância em Pilões/PB e que ficaram gravados em minha memória.
      Marcos,
      27/07/2011
      Lembranças de touro brabo e de vaca parida
      Eu acordava bem cedo, lá pelas 5:0h, para tomar leite mugido, ainda quentinho e todo dia eu via a confusão de um touro Jersey (um bicho parrudo!) querendo pegar um dos vaqueiros. Devia ser um acerto de contas e um dia ele pegou o Sr. Alcides, a treição e deu - lhe uma chifrada que o levantou pelos ares. A queda foi tão violenta que o vaqueiro quebrou três costelas e um braço e não morreu porque Antônio Caboclo foi ligeiro, o acudiu em tempo e dominou o touro. Mesmo assim, o vaqueiro ficou marcado para morrer pelo desgraçado do touro, uma coisa medonha!
      O touro foi separado, durante a ordenha das vacas paridas para a parte de baixo do curral, mas bastava ele ouvir a voz do Sr. Alcides que começava a uivar, a cavar o chão e a querer mostrar quem era o dono do pedaço. Ele foi separado em uma manga e andava apenas com novilhas e garrotes e assim, o bicho ficou ainda mais invocado, pois deixou de acompanhar as vacas no cio. Com isso o touro se tornou mais perigoso e traiçoeiro, somente Antônio Caboclo tinha moral com aquele touro e mesmo papai evitava enfrentar o bicho. Gerou-se um grande problema, pois o touro sentindo o cio das vacas estourava cercas, investia contra vaqueiro montado em cavalo campolina, até que um dia ele foi negociado e a paz voltou ao curral. Esses são fatos verídicos, ocorridos durante a minha primeira infância em Pilões/PB e que ficaram gravados em minha memória.
      Marcos,
      27/07/2011

      09 novembro 2011

      LIA
      João era um menino muito impossível, como dizia minha avó. Suas babás demoravam muito pouco no emprego. Lia, não. Magrinha, crente e míope Lia pesava pouco, orava muito e enxergava quase nada, mas tinha o maior respeito de João que nunca lhe escondia os óculos. Lia só não podia levá-lo à praia, de manhã cedo, pois a mãe de João não confiava o atravessar da Bernardo Vieira daquela criatura com 23 graus em um olho, 21 no outro e com um João danado nos braços. João, hoje, vai à praia todo fim-de-semana, trabalha com vendas e estuda marketing em uma faculdade do Grande Recife. Lia, soubemos há pouco, casou, teve dois filhos, fez cirurgia ocular e continua crente. Não mais usa óculos nem tem tanto tempo para orar. Às vezes, leva seus filhos à praia.
      LIA
      João era um menino muito impossível, como dizia minha avó. Suas babás demoravam muito pouco no emprego. Lia, não. Magrinha, crente e míope Lia pesava pouco, orava muito e enxergava quase nada, mas tinha o maior respeito de João que nunca lhe escondia os óculos. Lia só não podia levá-lo à praia, de manhã cedo, pois a mãe de João não confiava o atravessar da Bernardo Vieira daquela criatura com 23 graus em um olho, 21 no outro e com um João danado nos braços. João, hoje, vai à praia todo fim-de-semana, trabalha com vendas e estuda marketing em uma faculdade do Grande Recife. Lia, soubemos há pouco, casou, teve dois filhos, fez cirurgia ocular e continua crente. Não mais usa óculos nem tem tanto tempo para orar. Às vezes, leva seus filhos à praia.

      03 novembro 2011

      Homenagem Merecida

      Inauguração do Posto de Saude da Familia
      Foi inaugurado na Vila do Saquinho, em 04/10/2011, o Posto de Saúde Dr. Napoleão Tavares Neves, com multidão vinda de todo o município, convidada por um carro de som. Foi uma belíssima festa, inclusive com a Banda Municipal de Porteiras, com o Pároco que benzeu o Posto, Prefeito, Vice-Prefeito, Vereadores, Fernando Luz que veio de Jardim, moradores, autoridades. Ranilda e Romilda ofereceram um lauto almoço
      aos convidados na Casa grande do Sitio Saco para 70 convidados. Vários oradores ocuparam o serviço de som volante dizendo da justeza da homenagem. Todos os irmãos,cunhadas, sobrinhos, primos e tios compareceram. DEUS SEJA LOUVADO POR TUDO.
      Napoleão Tavares Neves

      Homenagem Merecida

      Inauguração do Posto de Saude da Familia
      Foi inaugurado na Vila do Saquinho, em 04/10/2011, o Posto de Saúde Dr. Napoleão Tavares Neves, com multidão vinda de todo o município, convidada por um carro de som. Foi uma belíssima festa, inclusive com a Banda Municipal de Porteiras, com o Pároco que benzeu o Posto, Prefeito, Vice-Prefeito, Vereadores, Fernando Luz que veio de Jardim, moradores, autoridades. Ranilda e Romilda ofereceram um lauto almoço
      aos convidados na Casa grande do Sitio Saco para 70 convidados. Vários oradores ocuparam o serviço de som volante dizendo da justeza da homenagem. Todos os irmãos,cunhadas, sobrinhos, primos e tios compareceram. DEUS SEJA LOUVADO POR TUDO.
      Napoleão Tavares Neves

      02 novembro 2011

      Estórias de Seu Deusim e Outros

      GENEALOGIA
      Um amigo resolveu se aprofundar nas pesquisas genealógicas; só falava no assunto. Algum tempo depois Seu Deuzim lhe perguntou:
      -“E aí Fulano, como vão as pesquisas? Alguma novidade?”
      -“Descobrí que sou primo legítimo de Nossa Senhora.”

      Estórias de Seu Deusim e Outros

      GENEALOGIA
      Um amigo resolveu se aprofundar nas pesquisas genealógicas; só falava no assunto. Algum tempo depois Seu Deuzim lhe perguntou:
      -“E aí Fulano, como vão as pesquisas? Alguma novidade?”
      -“Descobrí que sou primo legítimo de Nossa Senhora.”

      O2 de Novembro de 2011


      Hoje é dia de Finados.
       Aproveitemos este dia para ficarmos mais perto dos nossos entes que já passaram para outra dimensão do Universo. 
      Pense neles e  reze por eles.

      O2 de Novembro de 2011


      Hoje é dia de Finados.
       Aproveitemos este dia para ficarmos mais perto dos nossos entes que já passaram para outra dimensão do Universo. 
      Pense neles e  reze por eles.

      30 outubro 2011

      Fábulas Científicas

      A boa vida do Soldadinho-do-Araripe
        Certa vez Maroto, Diura e dois amigos se encontravam na serra e como estavam com sede foram procurar água. Encontraram o Soldadinho-do-Araripe e eles quiseram saber como o Soldadinho conseguia se isolar e sobreviver naquele ambiente sombrio e úmido da serra. O Soldadinho explicou: eu não preciso de muito para sobreviver, apenas de um pouco de sol, gás carbônico, plantas verdes e água para que ocorra a fotossíntese.  A partir desse processo natural eu tenho as árvores, frutos, insetos, água limpa para eu sobreviver e criar a minha família. Maroto e Diura ficaram admirados e interessados na conversa e questionaram novamente: você saberia nos explicar como surge um raio de sol? Bem a explicação não é simples, mas vou tentar simplificar! Vocês já ouviram falar em fusão nuclear e na equação de Einstein? Não! Responderam, em coro, os papagaios.
      Pois bem, no interior do sol ocorrem reações de fusão de dois núcleos de Deutério com formação de Hélio e o desprendimento de energia que leva cerca de 8 minutos para chegar até nós, nos aquecer e realizar a fotossíntese. Não é fantástico? Essa energia é que mantém a vida aqui na terra, na Chapada do Araripe onde eu vivo e também no João Vieira e em Pilões de onde vocês vieram. Que cara sabido, disse Diura, mas queremos saber detalhes dessa reação nuclear que lança energia no universo e que chega até nós! Não tem problema, basta vocês acompanharem o processo a seguir:







       Como a massa de cada núcleo de Deutério = 2,0136g x 2 = 4,9272g que comparada com a massa molar de Hélio formado na reação (4,0015g/mol) sobram 0,0257g que é transformada em energia de acordo com a equação de Einstein:
       E = mc2, onde E = a energia liberada na fusão nuclear; m = a massa utilizada e
       c = a velocidade da luz ~ 300.000.000 metros por segundo. Por exemplo, a fusão de poucos cm³ de Deutério produz uma energia equivalente àquela produzida pela queima de 20 toneladas de carvão!
      Maroto, que estava gostando da conversa, perguntou ao Soldadinho-do-Araripe: esse tipo de reação que libera energia é a mesma que temos na queima da madeira ou do gás natural? O Soldadinho respondeu que não, pois enquanto no sol massa é transformada em energia pela fusão de dois núcleos de Deutério na combustão do metano (CH4= gás natural), por exemplo, temos uma reação química onde existe a conservação da massa. Então como explicar a liberação de calor na queima do metano, perguntou Diura? O Soldadinho respondeu de imediato: neste caso a energia armazenada nas ligações químicas do produto da reação (2 H2O + CO2) quando comparada com a energia nos reagentes (CH4 + 2 O2) é menor e por isso o excesso é liberado para o ambiente, conforme a seguinte reação, mas note que a massa é conservada no processo:

      CH4(gás) + 2 O2(gás) -> 2 H2O(gás) + CO2(gás) + Calor
      16 g               64 g =    36 g     44 g

      Assim os papagaios agradeceram ao Soldadinho-do-Araripe, pela boa conversa na Chapada do Araripe e o convidaram para visitar o sertão. O convite foi agradecido, porém negado, pois não seria possível um Soldadinho-do-Araripe sobreviver no sertão nordestino.
      “Não existe outra ave naturalmente restrita ao Estado do Ceará, além do Soldadinho-do-Araripe. A conservação dos recursos naturais simbolizados por este pássaro é um desafio local e global que envolve desde a população do Cariri cearense até entidades internacionais. Até 1998 este pássaro era ignorado pela ciência e pela maioria da população. Pouco habitantes das encostas da Chapada do Araripe o conheciam, o que refletiu na utilização de diversos nomes vulgares como: lavadeira-da-mata, galo-da-mata, cabeça-vermelha-da-mata, etc., estando entre as 190 aves classificadas como criticamente em perigo de desaparecer no mundo, das quais 22 vivem no Brasil.” (Fonte: ICMBIO- Instituto Chico Mendes, MMA).
      Marcos, 02/08/2011

      Fábulas Científicas

      A boa vida do Soldadinho-do-Araripe
        Certa vez Maroto, Diura e dois amigos se encontravam na serra e como estavam com sede foram procurar água. Encontraram o Soldadinho-do-Araripe e eles quiseram saber como o Soldadinho conseguia se isolar e sobreviver naquele ambiente sombrio e úmido da serra. O Soldadinho explicou: eu não preciso de muito para sobreviver, apenas de um pouco de sol, gás carbônico, plantas verdes e água para que ocorra a fotossíntese.  A partir desse processo natural eu tenho as árvores, frutos, insetos, água limpa para eu sobreviver e criar a minha família. Maroto e Diura ficaram admirados e interessados na conversa e questionaram novamente: você saberia nos explicar como surge um raio de sol? Bem a explicação não é simples, mas vou tentar simplificar! Vocês já ouviram falar em fusão nuclear e na equação de Einstein? Não! Responderam, em coro, os papagaios.
      Pois bem, no interior do sol ocorrem reações de fusão de dois núcleos de Deutério com formação de Hélio e o desprendimento de energia que leva cerca de 8 minutos para chegar até nós, nos aquecer e realizar a fotossíntese. Não é fantástico? Essa energia é que mantém a vida aqui na terra, na Chapada do Araripe onde eu vivo e também no João Vieira e em Pilões de onde vocês vieram. Que cara sabido, disse Diura, mas queremos saber detalhes dessa reação nuclear que lança energia no universo e que chega até nós! Não tem problema, basta vocês acompanharem o processo a seguir:







       Como a massa de cada núcleo de Deutério = 2,0136g x 2 = 4,9272g que comparada com a massa molar de Hélio formado na reação (4,0015g/mol) sobram 0,0257g que é transformada em energia de acordo com a equação de Einstein:
       E = mc2, onde E = a energia liberada na fusão nuclear; m = a massa utilizada e
       c = a velocidade da luz ~ 300.000.000 metros por segundo. Por exemplo, a fusão de poucos cm³ de Deutério produz uma energia equivalente àquela produzida pela queima de 20 toneladas de carvão!
      Maroto, que estava gostando da conversa, perguntou ao Soldadinho-do-Araripe: esse tipo de reação que libera energia é a mesma que temos na queima da madeira ou do gás natural? O Soldadinho respondeu que não, pois enquanto no sol massa é transformada em energia pela fusão de dois núcleos de Deutério na combustão do metano (CH4= gás natural), por exemplo, temos uma reação química onde existe a conservação da massa. Então como explicar a liberação de calor na queima do metano, perguntou Diura? O Soldadinho respondeu de imediato: neste caso a energia armazenada nas ligações químicas do produto da reação (2 H2O + CO2) quando comparada com a energia nos reagentes (CH4 + 2 O2) é menor e por isso o excesso é liberado para o ambiente, conforme a seguinte reação, mas note que a massa é conservada no processo:

      CH4(gás) + 2 O2(gás) -> 2 H2O(gás) + CO2(gás) + Calor
      16 g               64 g =    36 g     44 g

      Assim os papagaios agradeceram ao Soldadinho-do-Araripe, pela boa conversa na Chapada do Araripe e o convidaram para visitar o sertão. O convite foi agradecido, porém negado, pois não seria possível um Soldadinho-do-Araripe sobreviver no sertão nordestino.
      “Não existe outra ave naturalmente restrita ao Estado do Ceará, além do Soldadinho-do-Araripe. A conservação dos recursos naturais simbolizados por este pássaro é um desafio local e global que envolve desde a população do Cariri cearense até entidades internacionais. Até 1998 este pássaro era ignorado pela ciência e pela maioria da população. Pouco habitantes das encostas da Chapada do Araripe o conheciam, o que refletiu na utilização de diversos nomes vulgares como: lavadeira-da-mata, galo-da-mata, cabeça-vermelha-da-mata, etc., estando entre as 190 aves classificadas como criticamente em perigo de desaparecer no mundo, das quais 22 vivem no Brasil.” (Fonte: ICMBIO- Instituto Chico Mendes, MMA).
      Marcos, 02/08/2011

      26 outubro 2011

      Click na foto para ampliar
      Maria Julia, a nova amazona da família. Ela promete medalha pro Brasil.
      Eita Menina linda!!! 
      Click na foto para ampliar
      Maria Julia, a nova amazona da família. Ela promete medalha pro Brasil.
      Eita Menina linda!!! 

      23 outubro 2011

      O Coiote
      Eu caminhava pela estrada e sentia um grande cansaço nas pernas, não aguentava mais, queria pedir ajuda, mas não havia ninguém. Sentia meu corpo febril e uma fraqueza geral. Já não tinha ânimo para continuar a caminhada e via os últimos raios de sol se escondendo atrás das montanhas. Eu não tinha ideia de quanto tempo ainda faltava para a pousada. Eu precisava chegar lá antes do anoitecer. Eu havia demorado demais no caminho.
      O cansaço foi minando minha energia e a noite chegara. Já não conseguia enxergar a estrada, até que tropecei e caí. Senti o corpo inteiro doendo e fiquei deitado no chão, sem vontade de me levantar. Comecei a chorar, senti-me abandonado. Me arrependi de estar fazendo aquela caminhada espiritual tão longe de casa, no Caminho da Fé, e agora eu estava ali em plena Serra da Mantiqueira, sul de Minas, caído no chão, com fome, sem ter a quem recorrer. Senti saudades de casa, da minha família e da minha cama confortável. Já não tinha mais noção de quanto tempo, eu estava ali, esmorecido, perdido em pensamentos, não tinha mais forças nem pra chorar, embora sentisse as lágrimas escorrendo.
      Subitamente senti algo se aproximando de mim. Me assustei e o sangue gelou nas veias, era um animal, parecia um coiote, mas não podia ser, eles não existem no Brasil. Ele cheirou-me o rosto. Senti o seu focinho e o seu hálito na minha cara. Fechei os olhos e imóvel, me entreguei, pois já não havia nada que eu pudesse fazer.
      O coiote começou a lamber as minhas lágrimas. Eu entrei num estado de torpor e comecei a sentir meu corpo leve e flutuando. Vi o coiote correndo numa imensa planície e senti a vegetação tocando o seu corpo. Eu era o coiote e corria mais veloz que o vento. Fui tomado por um sentimento de paz profunda, que parecia não ter fim…
      Senti meu corpo dolorido ao me movimentar. Abri os olhos e os raios do sol deixaram-me levemente ofuscado. O orvalho da manhã me trouxe à realidade. Eu dormira na estrada e agora me sentia bem, meu corpo estava aquecido. Procurei o meu cajado e me apoiei nele para me levantar. Nesse momento avistei a pousada de apoio aos peregrinos, a fumaça saindo pela chaminé, me fez pensar que ali estava sendo preparado um delicioso café da manhã. Apressei o passo, lembrando que ainda teria dois ou três dias de caminhada até o santuário de Aparecida. Senti-me fortalecido e amparado.
      Lembrei do coiote… Teria sido um sonho? Ou fui tocado pelo sagrado?

      O Coiote
      Eu caminhava pela estrada e sentia um grande cansaço nas pernas, não aguentava mais, queria pedir ajuda, mas não havia ninguém. Sentia meu corpo febril e uma fraqueza geral. Já não tinha ânimo para continuar a caminhada e via os últimos raios de sol se escondendo atrás das montanhas. Eu não tinha ideia de quanto tempo ainda faltava para a pousada. Eu precisava chegar lá antes do anoitecer. Eu havia demorado demais no caminho.
      O cansaço foi minando minha energia e a noite chegara. Já não conseguia enxergar a estrada, até que tropecei e caí. Senti o corpo inteiro doendo e fiquei deitado no chão, sem vontade de me levantar. Comecei a chorar, senti-me abandonado. Me arrependi de estar fazendo aquela caminhada espiritual tão longe de casa, no Caminho da Fé, e agora eu estava ali em plena Serra da Mantiqueira, sul de Minas, caído no chão, com fome, sem ter a quem recorrer. Senti saudades de casa, da minha família e da minha cama confortável. Já não tinha mais noção de quanto tempo, eu estava ali, esmorecido, perdido em pensamentos, não tinha mais forças nem pra chorar, embora sentisse as lágrimas escorrendo.
      Subitamente senti algo se aproximando de mim. Me assustei e o sangue gelou nas veias, era um animal, parecia um coiote, mas não podia ser, eles não existem no Brasil. Ele cheirou-me o rosto. Senti o seu focinho e o seu hálito na minha cara. Fechei os olhos e imóvel, me entreguei, pois já não havia nada que eu pudesse fazer.
      O coiote começou a lamber as minhas lágrimas. Eu entrei num estado de torpor e comecei a sentir meu corpo leve e flutuando. Vi o coiote correndo numa imensa planície e senti a vegetação tocando o seu corpo. Eu era o coiote e corria mais veloz que o vento. Fui tomado por um sentimento de paz profunda, que parecia não ter fim…
      Senti meu corpo dolorido ao me movimentar. Abri os olhos e os raios do sol deixaram-me levemente ofuscado. O orvalho da manhã me trouxe à realidade. Eu dormira na estrada e agora me sentia bem, meu corpo estava aquecido. Procurei o meu cajado e me apoiei nele para me levantar. Nesse momento avistei a pousada de apoio aos peregrinos, a fumaça saindo pela chaminé, me fez pensar que ali estava sendo preparado um delicioso café da manhã. Apressei o passo, lembrando que ainda teria dois ou três dias de caminhada até o santuário de Aparecida. Senti-me fortalecido e amparado.
      Lembrei do coiote… Teria sido um sonho? Ou fui tocado pelo sagrado?

      21 outubro 2011

      E João Massa não voltou!
      E João Massa não voltou naquela tarde invernosa em que ele saiu encourado para as bandas da fazenda Caboclo, também do Coronel Né Rosendo, vizinha da fazenda João Vieira onde ele era vaqueiro.
      A tarde caiu e João Massa não chegou para a luta das vacas paridas no curral! Todos estranharam! O que teria acontecido? João Massa era bom vaqueiro: cumpridor dos seus deveres, honesto, dedicado, trabalhador.
      Eis que, no lusco-fusco daquela tarde invernosa, ouviu-se o resfolegar de um cavalo que adentrava o páteo da velha fazenda.  Era o cavalo de João Massa com a brida pendurada. A fazenda toda se alvoroçou! Todos foram convocados para uma busca nos altos do caboclo, de mata virgem. Fachos de marmeleiro foram improvisados a escuridão da noite foi aclarada pelos fachos acesos dentro da mata. Lá para as tantas da noite, alguém ouviu o latido de um cachorro, certamente disperto pelo vozeiro e pela luz dos muitos fachos! Lá longe em uma quebrada do Caboclo, acima do velho açude, estava João Massa morto, sem ferimentos, mas morto e com um único conforto: o seu velho e fiel cachorro estava ao seu lado, certamente sem saber o porquê de tudo aquilo!
      Puseram o corpo do velho vaqueiro atravessado na sua sela e o levaram para o João Vieira onde houve uma noite de “sentinela” em seu louvor, sendo o mesmo sepultado no dia seguinte no cemitério de Macapá, hoje Jati.
      E ainda hoje se fala da morte de João Massa acontecida na década de 1920! E eu, muitas vezes, quando rapazote, selei o meu cavalo e fui visitar a cruz de João Massa na quebrada da fazenda Caboclo, imortalizada como “A cruz de João Massa” de onde hoje, se avista o belo “pano d’água” do grande açude do Caboclo. E haja saudade.
      Napoleão Tavares Neves, 17.7.2.11.
      (assinado embaixo)    
      E João Massa não voltou!
      E João Massa não voltou naquela tarde invernosa em que ele saiu encourado para as bandas da fazenda Caboclo, também do Coronel Né Rosendo, vizinha da fazenda João Vieira onde ele era vaqueiro.
      A tarde caiu e João Massa não chegou para a luta das vacas paridas no curral! Todos estranharam! O que teria acontecido? João Massa era bom vaqueiro: cumpridor dos seus deveres, honesto, dedicado, trabalhador.
      Eis que, no lusco-fusco daquela tarde invernosa, ouviu-se o resfolegar de um cavalo que adentrava o páteo da velha fazenda.  Era o cavalo de João Massa com a brida pendurada. A fazenda toda se alvoroçou! Todos foram convocados para uma busca nos altos do caboclo, de mata virgem. Fachos de marmeleiro foram improvisados a escuridão da noite foi aclarada pelos fachos acesos dentro da mata. Lá para as tantas da noite, alguém ouviu o latido de um cachorro, certamente disperto pelo vozeiro e pela luz dos muitos fachos! Lá longe em uma quebrada do Caboclo, acima do velho açude, estava João Massa morto, sem ferimentos, mas morto e com um único conforto: o seu velho e fiel cachorro estava ao seu lado, certamente sem saber o porquê de tudo aquilo!
      Puseram o corpo do velho vaqueiro atravessado na sua sela e o levaram para o João Vieira onde houve uma noite de “sentinela” em seu louvor, sendo o mesmo sepultado no dia seguinte no cemitério de Macapá, hoje Jati.
      E ainda hoje se fala da morte de João Massa acontecida na década de 1920! E eu, muitas vezes, quando rapazote, selei o meu cavalo e fui visitar a cruz de João Massa na quebrada da fazenda Caboclo, imortalizada como “A cruz de João Massa” de onde hoje, se avista o belo “pano d’água” do grande açude do Caboclo. E haja saudade.
      Napoleão Tavares Neves, 17.7.2.11.
      (assinado embaixo)    

      19 outubro 2011

      AMIGO DAS ARTES
      Queria ser cantor e até cantou quando jovem. Fez algumas serenatas, mas por exigência do bom senso e insistência dos amigos, desistiu, preferindo fazê-las à base da radiola – coisa que os mais novos terão que perguntar aos pais e avós do que se trata. Pensou ser Poeta e as rimas teimavam em tropeçar no seu juízo e se distanciar a cada tentativa. Nada, porém, o impedia de sonhar seu sonho: estava convicto de que seu caminho seria a arte. Comprou tintas, pincel e telas, achando que pintar era apenas juntar telas, pincel e tintas e sair derramando cores, lambuzando o branco. Numa manhã, já quase desistindo da vida artística, apareceu-lhe a oferta de emprego como projecionista de filmes no cinema do bairro onde morava (naquele tempo os bairros tinham cinema). À tarde, aceitou o convite. Na mesma noite quente de um agosto quase virando setembro foi ao Teatro, sentou-se na primeira fila, mas não gostou do show de João Gilberto. O restante da platéia aplaudiu-o de pé. Dia seguinte, na sessão das 7, iniciou sua carreira no cinema. Aposentou-se ano passado.

      AMIGO DAS ARTES
      Queria ser cantor e até cantou quando jovem. Fez algumas serenatas, mas por exigência do bom senso e insistência dos amigos, desistiu, preferindo fazê-las à base da radiola – coisa que os mais novos terão que perguntar aos pais e avós do que se trata. Pensou ser Poeta e as rimas teimavam em tropeçar no seu juízo e se distanciar a cada tentativa. Nada, porém, o impedia de sonhar seu sonho: estava convicto de que seu caminho seria a arte. Comprou tintas, pincel e telas, achando que pintar era apenas juntar telas, pincel e tintas e sair derramando cores, lambuzando o branco. Numa manhã, já quase desistindo da vida artística, apareceu-lhe a oferta de emprego como projecionista de filmes no cinema do bairro onde morava (naquele tempo os bairros tinham cinema). À tarde, aceitou o convite. Na mesma noite quente de um agosto quase virando setembro foi ao Teatro, sentou-se na primeira fila, mas não gostou do show de João Gilberto. O restante da platéia aplaudiu-o de pé. Dia seguinte, na sessão das 7, iniciou sua carreira no cinema. Aposentou-se ano passado.

      12 outubro 2011

      Esrórias de Seu Deusin e Outros

      FINAL DE EXPEDIENTE.
      Seu Deuzin estava num daqueles expedientes, próximos ao final de semana, esperando só  a hora de ir prá casa. Seu chefe, grande amigo d’Ele (e nosso), Dr. Napoleão Tavares Neves lhe pergunta:
      “Amadeu como vão as coisas?”
      Seu Deuzim responde:
      -“O caba que disser que tá com mais preguiça que eu é mentiroso e gabola.”

      Esrórias de Seu Deusin e Outros

      FINAL DE EXPEDIENTE.
      Seu Deuzin estava num daqueles expedientes, próximos ao final de semana, esperando só  a hora de ir prá casa. Seu chefe, grande amigo d’Ele (e nosso), Dr. Napoleão Tavares Neves lhe pergunta:
      “Amadeu como vão as coisas?”
      Seu Deuzim responde:
      -“O caba que disser que tá com mais preguiça que eu é mentiroso e gabola.”

      09 outubro 2011

      Poder Judiciario de Pernambuco
      Terça-feira, 4 de outubro de 2011 - 10:10:00
      Servidora do TJPE é premiada em concurso de monografias da FGV
      Assis Lima/TJPE Imagem
      A técnica judiciária Naiana Bezerra ficou em 3º lugar no concurso de monografias da Fundação Getúlio Vargas
      O Judiciário pernambucano ganhou destaque no cenário nacional em setembro deste ano no quesito qualificação dos servidores. A técnica judiciária, Naiana Bezerra de Brito, conquistou a 3ª colocação no Prêmio Mendes Júnior de Monografias Jurídicas, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que julgou 88 trabalhos de monografias em direito de todas as regiões brasileiras. Abordando o tema – Desenvolvimento e Estado de Direito no Brasil: Cumprimento de Contratos Versus Razão de Estado -, a servidora apresentou a monografia com o título O interesse público nos contratos administrativos e suas implicações no desenvolvimento do país. A premiação aconteceu no dia 22 de setembro, em São Paulo, no Restaurante Leopolldo, no bairro de Itaim.
      O trabalho apresentou os traços característicos dos contratos administrativos, destacando as prerrogativas extraordinárias concedidas ao Estado em nome do princípio da supremacia do interesse público. “A monografia faz uma análise da polêmica de doutrinas sobre o princípio, ressaltando as principais contribuições e as implicações de sua utilização para a evolução da supremacia do interesse público, especialmente no âmbito dos contratos administrativos. No trabalho, são também reveladas consequências práticas do descumprimento de contratos administrativos para o desenvolvimento do Estado”, especifica Naiana Bezerra.
      A terceira colocação no concurso foi recebida com surpresa pela servidora, que apesar de ter a convicção de ter feito um bom trabalho não tinha ideia de que pudesse ser selecionada. “Pedi para os amigos conferirem meu nome várias vezes para ter a certeza de que não se tratava de um honônimo e só depois divulguei a notícia para os mais próximos”, lembra Naiana. Além de ter o trabalho reconhecido na comunidade acadêmica, a servidora recebeu um valor em pecúnia de 60 mil reais. Os demais premiados receberam 150 mil reais, 100 mil reais, 40 mil reais e 30 mil reais, equivalentes a primeiro, segundo, quarto e quinto colocados respectivamente.
      Os 88 trabalhos inscritos no concurso foram avaliados entre outubro de 2010 e março de 2011, resultando dessa análise a pré-seleção de 16 trabalhos para a avaliação de cinco juristas: Célio Borja, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-ministro da Justiça; J.J. Canotilho, constitucionalista português; Judith Martins-Costa, livre-docente pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Luis Roberto Barroso, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro; e Octavio Luiz Motta Ferraz, doutor em direitos humanos e mestre em direito médico e ética médica pela Universidade de Londres.
      Gratidão -Após receber o prêmio, Naiana Bezerra agradeceu em um discurso o apoio que recebeu dos colegas de trabalho, no gabinete do desembargador Sílvio Beltrão, localizado no 1º andar do Palácio da Justiça. “Lá, mais do que uma grande oportunidade de aprendizado e colegas extremamente competentes, encontrei amigos, que me incentivaram, torceram por mim, e me ajudaram no que foi possível para que eu conseguisse concluir a monografia a tempo e com êxito”, revelou.
      ........................................................
      Ivone Veloso | Ascom TJPE
      Poder Judiciario de Pernambuco
      Terça-feira, 4 de outubro de 2011 - 10:10:00
      Servidora do TJPE é premiada em concurso de monografias da FGV
      Assis Lima/TJPE Imagem
      A técnica judiciária Naiana Bezerra ficou em 3º lugar no concurso de monografias da Fundação Getúlio Vargas
      O Judiciário pernambucano ganhou destaque no cenário nacional em setembro deste ano no quesito qualificação dos servidores. A técnica judiciária, Naiana Bezerra de Brito, conquistou a 3ª colocação no Prêmio Mendes Júnior de Monografias Jurídicas, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que julgou 88 trabalhos de monografias em direito de todas as regiões brasileiras. Abordando o tema – Desenvolvimento e Estado de Direito no Brasil: Cumprimento de Contratos Versus Razão de Estado -, a servidora apresentou a monografia com o título O interesse público nos contratos administrativos e suas implicações no desenvolvimento do país. A premiação aconteceu no dia 22 de setembro, em São Paulo, no Restaurante Leopolldo, no bairro de Itaim.
      O trabalho apresentou os traços característicos dos contratos administrativos, destacando as prerrogativas extraordinárias concedidas ao Estado em nome do princípio da supremacia do interesse público. “A monografia faz uma análise da polêmica de doutrinas sobre o princípio, ressaltando as principais contribuições e as implicações de sua utilização para a evolução da supremacia do interesse público, especialmente no âmbito dos contratos administrativos. No trabalho, são também reveladas consequências práticas do descumprimento de contratos administrativos para o desenvolvimento do Estado”, especifica Naiana Bezerra.
      A terceira colocação no concurso foi recebida com surpresa pela servidora, que apesar de ter a convicção de ter feito um bom trabalho não tinha ideia de que pudesse ser selecionada. “Pedi para os amigos conferirem meu nome várias vezes para ter a certeza de que não se tratava de um honônimo e só depois divulguei a notícia para os mais próximos”, lembra Naiana. Além de ter o trabalho reconhecido na comunidade acadêmica, a servidora recebeu um valor em pecúnia de 60 mil reais. Os demais premiados receberam 150 mil reais, 100 mil reais, 40 mil reais e 30 mil reais, equivalentes a primeiro, segundo, quarto e quinto colocados respectivamente.
      Os 88 trabalhos inscritos no concurso foram avaliados entre outubro de 2010 e março de 2011, resultando dessa análise a pré-seleção de 16 trabalhos para a avaliação de cinco juristas: Célio Borja, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-ministro da Justiça; J.J. Canotilho, constitucionalista português; Judith Martins-Costa, livre-docente pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Luis Roberto Barroso, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro; e Octavio Luiz Motta Ferraz, doutor em direitos humanos e mestre em direito médico e ética médica pela Universidade de Londres.
      Gratidão -Após receber o prêmio, Naiana Bezerra agradeceu em um discurso o apoio que recebeu dos colegas de trabalho, no gabinete do desembargador Sílvio Beltrão, localizado no 1º andar do Palácio da Justiça. “Lá, mais do que uma grande oportunidade de aprendizado e colegas extremamente competentes, encontrei amigos, que me incentivaram, torceram por mim, e me ajudaram no que foi possível para que eu conseguisse concluir a monografia a tempo e com êxito”, revelou.
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      Ivone Veloso | Ascom TJPE

      08 outubro 2011

      Fabricação de Rapadura
      A cultura canavieira do Cariri que já é coisa do passado, infelizmente, levando trapos doces da minha infância e juventude. E eu acredito esta “desgraça” ao “bicudo” que acabou com os algodoais do Nordeste cujos apanhadores de algodão eram os consumidores da nossa rapadura. Isto determinou o aviltamento do preço do produto de par com a Previdência Social que chegou aos engenhos obrigando aos senhores de engenho a assinarem as carteiras de trabalho dos seus cerca de 50 operários diários.
       “Em 1954, conforme Figueiredo Filho, o Cariri possuía em operação 284 engenhos, a força motriz, 12 movidos a bois e seis engenhos d’água – em Barbalha, Crato, Missão velha, Juazeiro do Norte e Jardim. Os 65 engenhos de Barbalha produziam 8,52 toneladas de rapadura e os 75 do Crato, 5,975 toneladas do produto. Em Missão Velha, 92 engenhos produziam 3,5 toneladas de rapadura; 32 engenhos de Juazeiro do Norte 2,3 toneladas ; e em jardim, 42 engenhos entregavam 2,17 toneladas por ano. Os cinco colocavam mais de 2.203 litros de aguardente no mercado” (Fonte: Diário do Nordeste/ Fortaleza, Ceará – Domingo, 24 de julho de 2011).
      Hoje só existem cerca de 12 engenhos em Barbalha que fazem rapadura temperada com castanha de caju e amendoim para venderem aos romeiros de Juazeiro que levam tudo para o sertão!
      A fabricação da rapadura passa pelo seguinte processo: a cana é moída pelo engenho de ferro puxado a energia elétrica de Paulo Afonso. Uma vez espremida a cana, a garapa passa por uma fornalha que tem 9 tachos de ferro sobre fogo à lenha. Nas caldeiras iniciais, a garapa é purificada, retirando-lhe a chamada tiborna; em seguida, é fervida e transformada em mel que é cuidadosamente temperado até o tacho do “ponto” que fica capaz de ser lançado nas gamelas, mexido por dois caixeadores e lançado nas caixas tomando o formato de rapadura de 800 gramas que, esfriadas, são lançadas no tendal já secas, enxutas, prontas para o consumo.
      Durante este processo, usa-se “dicuada” que é a água com cal virgem extraído no próprio engenho a partir de pedra de calcário, para fazer a rapadura ficar “trincada”, isto é, dura e gotas de óleo de mamona para o “corte” do “ponto”. Tudo isto empiricamente, não se sabendo o real por que deste processo. Recebeu-se isto do passado, também empiricamente e por tradição. Os caldeireiros são experimentados neste mister e o “mestre”do “ponto”é uma função que só pode ser exercida por quem é “formado” naquele difícil mister. O engenho que não tiver um bom “mestre” não tem mercado para o seu produto e isto vem desde 1875.
      Napoleão Tavares Neves.
      Barbalha, 24.07.11.
      (assinado em baixo)