25 fevereiro 2013

Vida de topógrafos: aventuras em terras catarinenses

Olá pessoal! Depois de uma longa temporada sem publicações, estou voltando com uma aventura do Doutor Manim  em terras catarinenses. Vou publicar as estórias em capítulos para facilitar a leitura.


A Novo Rumo Topografia e Assessoria Ambiental (micro empresa dos topógrafos Mateus Schramm de Brito e Renê Arnuti) venceu uma licitação para realizar trabalhos de topografia convencional, Topo batimetria e Eco batimetria e eu fui convidado por eles para integrar a equipe! Fui, de fato, na maioria do tempo de trabalho um dos ajudantes dos topógrafos e o piloto do barco (com cerca de R$ 130.000,00 em equipamentos dentro do barco, inclusive um notebook, um GPS/RTK - referenciado em quatro satélites americanos + três satélites russos - e o Eco batimetro com sonda ultrassom) para medir as profundidades das águas com objetivos de avaliar açoriamentos na região das turbinas, do vertedouro e do rio abaixo em duas UHE (Usina Hidrelétrica) em Santa Catarina. Também fui o responsável pela aferição do Eco batimetro, mas eram os topógrafos da Novo Rumo que realizavam as medidas, conversavam com os dirigentes das empresas (Barra Grande e Enercan) e com o pessoal da sala de comando de ambas as UHE.
A nossa missão foi bem sucedida e tivemos bons momentos de aventuras nas duas usinas hidrelétricas. Trabalhando com autonomia, interação e cooperação, a equipe cumpriu o prazo estabelecido em contrato, de duas semanas, para o levantamento dos dados topográficos.
1.        O treinamento da equipe em Eco batimetria

A Novo Rumo Topografia e Assessoria Ambiental realizou quatro treinamentos (totalizando 10 horas) necessários para o amaciamento do motor do barco (de 7 metros/motor de 18Hp) e também para se testar e aferir o Eco batimetro. Utilizamos a represa de Machadinho, na comunidade de Barro Preto (interior de Capinzal) que fica a cerca de 30 km do centro da cidade de  Capinzal, pois o Rio do Peixe estava praticamente seco!

2. O início dos trabalhos em Barra Grande
Viajamos de Capinzal para Barra Grande (Rio Pelotas, em Anita Garibaldi/SC), distante cerca de 100 Km de Capinzal, eu, Mateus e o Sr. Joãozinho - pai do Renê, enquanto que o Renê se deslocou para Cerro Negro/SC (UHE Garibaldi, em construção) para continuar um levantamento topográfico, independente, com GPS-RTK. Após a nossa integração nessa UHE iniciamos os trabalhos fora da água com a Estação total/laser rubi. Senti-me bem acolhido na Baesa, pois fomos saudados pelo maravilhoso canto de um bando de pássaros pretos (Graúnas idênticas as que habitam os coqueiros do centenário Açude de Cedro/Quixadá-CE) nos paredões de basalto e também por ver um festival de Biguás mergulhando e competindo por lambaris (piabas) lá embaixo na região das três turbinas de Barra Grande. No dia seguinte, Renê se juntou a equipe, trabalhamos por vários dias, mas a direção da empresa nos avisou que devido à crise de energia elétrica em nosso país, eles teriam que gerar energia no final de semana, com as três turbinas ligadas em geração máxima (cerca de 800 MW) e por isso decidimos retornar a Capinzal. Era comum se ter um cronograma diário de atividades, além de se conviver com a possibilidade de emergências energéticas ditadas pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), ou seja, o nosso tempo teria que ser otimizado e por isso se trabalhava diariamente do nascer ao pôr do sol.