29 junho 2012

Acaso
Há alguns meses fiz uma viagem à João Pessoa, onde participei de um treinamento de uma semana, na empresa onde trabalho. O objetivo do treinamento era preparar uma equipe para instalar e configurar novos computadores servidores, para modernização do ambiente tecnológico do nosso cliente. Entre os treinandos, encontrei um colega de Recife, um velho amigo que conheci em outros treinamentos.
No decorrer da semana, o meu amigo convidou-me para irmos visitar um amigo dele. Foi de bom grado que aceitei o convite.
Lá chegando, fui muito bem recebido e o clima era de festa, o que me ajudou a descontrair e logo fazer amizade com todos. O local era simples, um pequeno apartamento e havia poucas pessoas, entre as quais, um tio do amigo do meu amigo. Tratava-se de um homem simples, agricultor e um grande contador “causos”. Tinha a pele bem morena, curtida de sol e parecia com alguém que eu conhecia, mas que naquele momento eu não conseguia lembrar. Ele contou várias histórias, suas e de seus ancestrais. Seu apelido era Biu e devia ter uns setenta e poucos anos de idade.
Em determinado momento, ele abriu a sua mala de viagem e retirou um velho álbum de fotografias e enquanto contava suas histórias, mostrava velhas fotos de alguns ancestrais. Eu que sempre gostei de ouvir “causos” e historias “de antigamente”, acompanhava atento. Ele contou que tinha o mesmo nome do seu pai e em seguida falou o nome completo do seu pai. Eu fiquei surpreso ao ouvir o nome, pois era o mesmo nome e sobrenome do meu avô materno. Fiquei momentaneamente confuso, pensei tratar-se de homônimos e não falei nada. Quando ele passou mais uma folha do álbum e eu vi a próxima foto, aí sim a minha expressão foi de espanto. Aproximei-me do álbum para ver melhor aquela velha foto que já conhecia há muito tempo, pois era a única foto da minha avó materna.
Nesse momento, eu pedi a palavra e falei que aquela mulher na foto era a minha avó materna. Essa revelação deixou Biu surpreso. Então eu contei o pouco da história que eu sabia sobre os meus avós maternos. A minha avó tinha casado com um paraibano de nome Severino e que haviam se separado.
Então o Biu foi contar a historia de Severino, que após ter se separado, retornou ao interior da Paraíba, onde foi trabalhar na agricultura, constituiu uma nova família e teve sete filhos. Eu fiquei maravilhado com tudo que ouvi pois não sabia nada sobre o meu avô e nunca passou pela minha cabeça que algum dia toda a sua história seria revelada a mim, num encontro que só aconteceu por obra do acaso.
Como já estava tarde e eu tinha aula no dia seguinte, me despedi do meu tio Biu e dos parentes que eu acabara de conhecer. Trocamos os nossos contatos e Biu deu-me uma foto de “vô” Severino. A propósito, o Biu é muito parecido com a minha mãe.

Acaso
Há alguns meses fiz uma viagem à João Pessoa, onde participei de um treinamento de uma semana, na empresa onde trabalho. O objetivo do treinamento era preparar uma equipe para instalar e configurar novos computadores servidores, para modernização do ambiente tecnológico do nosso cliente. Entre os treinandos, encontrei um colega de Recife, um velho amigo que conheci em outros treinamentos.
No decorrer da semana, o meu amigo convidou-me para irmos visitar um amigo dele. Foi de bom grado que aceitei o convite.
Lá chegando, fui muito bem recebido e o clima era de festa, o que me ajudou a descontrair e logo fazer amizade com todos. O local era simples, um pequeno apartamento e havia poucas pessoas, entre as quais, um tio do amigo do meu amigo. Tratava-se de um homem simples, agricultor e um grande contador “causos”. Tinha a pele bem morena, curtida de sol e parecia com alguém que eu conhecia, mas que naquele momento eu não conseguia lembrar. Ele contou várias histórias, suas e de seus ancestrais. Seu apelido era Biu e devia ter uns setenta e poucos anos de idade.
Em determinado momento, ele abriu a sua mala de viagem e retirou um velho álbum de fotografias e enquanto contava suas histórias, mostrava velhas fotos de alguns ancestrais. Eu que sempre gostei de ouvir “causos” e historias “de antigamente”, acompanhava atento. Ele contou que tinha o mesmo nome do seu pai e em seguida falou o nome completo do seu pai. Eu fiquei surpreso ao ouvir o nome, pois era o mesmo nome e sobrenome do meu avô materno. Fiquei momentaneamente confuso, pensei tratar-se de homônimos e não falei nada. Quando ele passou mais uma folha do álbum e eu vi a próxima foto, aí sim a minha expressão foi de espanto. Aproximei-me do álbum para ver melhor aquela velha foto que já conhecia há muito tempo, pois era a única foto da minha avó materna.
Nesse momento, eu pedi a palavra e falei que aquela mulher na foto era a minha avó materna. Essa revelação deixou Biu surpreso. Então eu contei o pouco da história que eu sabia sobre os meus avós maternos. A minha avó tinha casado com um paraibano de nome Severino e que haviam se separado.
Então o Biu foi contar a historia de Severino, que após ter se separado, retornou ao interior da Paraíba, onde foi trabalhar na agricultura, constituiu uma nova família e teve sete filhos. Eu fiquei maravilhado com tudo que ouvi pois não sabia nada sobre o meu avô e nunca passou pela minha cabeça que algum dia toda a sua história seria revelada a mim, num encontro que só aconteceu por obra do acaso.
Como já estava tarde e eu tinha aula no dia seguinte, me despedi do meu tio Biu e dos parentes que eu acabara de conhecer. Trocamos os nossos contatos e Biu deu-me uma foto de “vô” Severino. A propósito, o Biu é muito parecido com a minha mãe.

28 junho 2012

Serra de Guaramiranga

Um pedacinho da Serra de Guaramiranga - Ceará - Brasil
Junho-2012

Serra de Guaramiranga

Um pedacinho da Serra de Guaramiranga - Ceará - Brasil
Junho-2012

07 junho 2012

ACALANTO

No último dia 17 de Maio, a Academia Cearense de Medicina resolveu homenagear um dos luminares da Medicina no Ceará: o Dr. Napoleão Tavares Neves. A justíssima homenagem o fez adentrar nas hostes daquela instituição como Membro Honorário e deixou todo o Cariri de dentes à mostra. As Academias têm uma enorme importância em elevar ao pedestal figuras de grande merecimento e que tantas vezes passam quase que despercebidas na Sociedade. Como organizações humanas, no entanto, têm política própria e tantas e tantas vezes deixam-se influenciar por pressões de grupos e terminam por cometer injustiças e desvios impensáveis. No caso do Dr. Napoleão, possivelmente, houve apenas um pequeno erro de timing: ele já merecia o Título a muitos e muitos anos. Talvez o fato de ter se estabelecido no interior do Estado tenha contribuido para o esquecimento. Todos os que clinicam longe litoral fazem parte daquilo que se pode chamar Face Oculta da Medicina Brasileira. Perdura um certo preconceito embutido: aquele mesmo que alimente o primeiro mundo contra o terceiro, o Sul contra o Nordeste, a Capital contra o interior. A simples lembrança da Academia para com o nosso Dr. Napoleão já quantifica a importância dele, capaz de dirimir fronteiras até então intransponíveis.

São 81 anos de vida e mais de 50 dedicados à Medicina. Nascido no Jardim, criado em Porteiras, radicado em Barbalha, Dr. Napoleão nunca se imiscuiu em briguinhas bairristas: como um confederado sempre compreendeu a unicidade do Estado do Cariri. Percebe claramente que nossas diferenças são mínimas e necessárias e que existem imensas similaridades a nos unir. Sempre teve uma visão bastante sociológica nas questões que envolvem o Juazeiro do Padre Cícero e tambem a saga do cangaço. Todas estas matérias podem parecer distantes da medicina, mas não para o Dr. Napoleão que faz parte da última geração de esculápios para quem a profissão médica estava umbilicalmente ligada ao Humanismo. A Sociologia, a História, a Filosofia, a Geografia para ele são tão importantes para sua atividade como um livro de Anatomia de Testut. Hoje, diante de tanto aparato tecnológico, os novos profissionais esquecem a complexidade da vida que lhe é posta às mãos. Receitam, prescrevem como se estivessem consertando um Rádio ou uma TV. Não conseguem perceber que além do enfarte , para la da úlcera, existe um espírito atormentado suplicando ajuda. Dr. Napoleão, ainda em plena atividade, seguiu sempre o grande preceito Jungiano: “Conheça tadas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas uma alma humana.”

Nosso médico segue uma genealogia profundamente humanística: Dr. Leão Sampaio, Dr. Pio Sampaio, Dr. Lírio Callou, Dr. Joaquim Fernandes Teles , Dr. Joaquim Pinheiro Filho. Para todos eles o atendimento era pronto, rápido, independentemente das condições econômicas do paciente. E são muitas as histórias que envolvem sua vida profissional. Ha alguns anos Dr. Napoleão assumiu uma equipe de PSF em Barbalha. Um seu sobrinho, médico, exercia a função de Secretário de Saúde na cidade e foi ele quem me relatou o acontecido. A relação do Dr. Napoleão com ele era de Tio para sobrinho: uma cobrança pertinaz pelos direitos da população. Falta de medicamentos, exiguidade de exames complementares era uma coisa inconcebível. Um dia, me contou o sobrinho, ele lhe ligou exigindo que mandasse urgente uma Cesta Básica para uma família de sua área que estava sofrando de uma doença terrível chamada fome. A cesta era um remédio imprescindível para curar a grave doença. De outra feita, passando pelos corredores da emergência do Hospital São Vicente, ouviu um jovem médico receitando um pobre matuto. A queixa principal era que tinha sido mordido por uma lagatixa. O jovem esculápio, sorrindo, liberou o paciente: podia ir para casa, não tinha problema nenhum: lagartixa não é venenosa. Dr. Napoleão voltou, chamou o colega e alertou-o. Podia proceder a aplicação do Soro Anti-Ofídico. Para lagartixa, Dr. Napoleão? Perguntou o colega confuso. Dr. Napoleão, então explicou o que a Ressonância Magnética e a Tomografia Computadorizada não diagnosticam: Meu filho, o matuto tem a crença de que se disser que foi mordido por cobra, não escapa da mordedura, por isso nunca revela que foi por jararaca ou cascavel, diz geralmente o nome de outro bicho. O rapazinho voltou e, através de gestos, descobriu a verdade revelada e o Soro salvador foi administrado.

A Academia de Medicina, no mesmo dia, homenageou muitos Napoleões: o médico, o historiador, o escritor, o humanista, o orador inspirado, o pai de família exemplar, o defensor intransigente do Cariri, o humorista fino, a ética de jaleco branco e, mais que tudo o Homem. É quase impossível conciliar tantas qualidades numa só pessoa. Em meio a tantas, no entanto, acredito que se sobressaia a pessoa do Dr. Napoleão, um exemplo de humildade e generosidade. Ele tem uma raríssima doença oftalmológica: só consegue ver o lado bom das pessoas. Todos a sua volta só têm qualidades: são inteligentes, bons, sóbrios, estudiosos, direitos e alegres. Nunca o vi tecer críticas a quem quer que fosse. Nas conversas com os amigos é aberto, bem humorado e não tem falsos moralismos. Memória privilegiada, carrega consigo uma enciclopédia invejável de histórias do nosso doce quotidiano regional.

Dr. Napoleão já me confidenciou que fica meio cabreiro com as homenagens, segundo ele, elas são sempre um pouco póstumas. Acredito que todos os nossos atos nesta terra sempre o são. A cada noite, nunca sabemos se a música que nos embala é um acalanto ou uma incelença. Mas diante de uma figura com tanta vitalidade como ele, certamente é a vida que pulsa em cada título que lhe é conferido. Chesterton dizia que há grandes homens que fazem os outros se sentirem pequenos, mas o grande homem mesmo é aquele quenfaz com que todos se sintam grandes diante dele. Pois bem, meu caro Dr. Napoleão, todo o Cariri se sente enorme, gigantesco diante da homenagem merecida que a Academia Cearense de medicina acaba de lhe outorgar.

Crato, 24/05/12.


J. FLÁVIO VIEIRA
 Escritor  inquieto e bem humorado, José Flávo Vieira busca no seu trabalho como médico o enredo e a alma para suas histórias carregadas de humanismo e questionamentos sobre a vida. Com uma produção crescente nos ultimos anos o médico/escritor consegue fazer o hibridismo entre o erudito e popular, entre o local e o universal. (Blog Cultura no Cariri)



ACALANTO

No último dia 17 de Maio, a Academia Cearense de Medicina resolveu homenagear um dos luminares da Medicina no Ceará: o Dr. Napoleão Tavares Neves. A justíssima homenagem o fez adentrar nas hostes daquela instituição como Membro Honorário e deixou todo o Cariri de dentes à mostra. As Academias têm uma enorme importância em elevar ao pedestal figuras de grande merecimento e que tantas vezes passam quase que despercebidas na Sociedade. Como organizações humanas, no entanto, têm política própria e tantas e tantas vezes deixam-se influenciar por pressões de grupos e terminam por cometer injustiças e desvios impensáveis. No caso do Dr. Napoleão, possivelmente, houve apenas um pequeno erro de timing: ele já merecia o Título a muitos e muitos anos. Talvez o fato de ter se estabelecido no interior do Estado tenha contribuido para o esquecimento. Todos os que clinicam longe litoral fazem parte daquilo que se pode chamar Face Oculta da Medicina Brasileira. Perdura um certo preconceito embutido: aquele mesmo que alimente o primeiro mundo contra o terceiro, o Sul contra o Nordeste, a Capital contra o interior. A simples lembrança da Academia para com o nosso Dr. Napoleão já quantifica a importância dele, capaz de dirimir fronteiras até então intransponíveis.

São 81 anos de vida e mais de 50 dedicados à Medicina. Nascido no Jardim, criado em Porteiras, radicado em Barbalha, Dr. Napoleão nunca se imiscuiu em briguinhas bairristas: como um confederado sempre compreendeu a unicidade do Estado do Cariri. Percebe claramente que nossas diferenças são mínimas e necessárias e que existem imensas similaridades a nos unir. Sempre teve uma visão bastante sociológica nas questões que envolvem o Juazeiro do Padre Cícero e tambem a saga do cangaço. Todas estas matérias podem parecer distantes da medicina, mas não para o Dr. Napoleão que faz parte da última geração de esculápios para quem a profissão médica estava umbilicalmente ligada ao Humanismo. A Sociologia, a História, a Filosofia, a Geografia para ele são tão importantes para sua atividade como um livro de Anatomia de Testut. Hoje, diante de tanto aparato tecnológico, os novos profissionais esquecem a complexidade da vida que lhe é posta às mãos. Receitam, prescrevem como se estivessem consertando um Rádio ou uma TV. Não conseguem perceber que além do enfarte , para la da úlcera, existe um espírito atormentado suplicando ajuda. Dr. Napoleão, ainda em plena atividade, seguiu sempre o grande preceito Jungiano: “Conheça tadas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas uma alma humana.”

Nosso médico segue uma genealogia profundamente humanística: Dr. Leão Sampaio, Dr. Pio Sampaio, Dr. Lírio Callou, Dr. Joaquim Fernandes Teles , Dr. Joaquim Pinheiro Filho. Para todos eles o atendimento era pronto, rápido, independentemente das condições econômicas do paciente. E são muitas as histórias que envolvem sua vida profissional. Ha alguns anos Dr. Napoleão assumiu uma equipe de PSF em Barbalha. Um seu sobrinho, médico, exercia a função de Secretário de Saúde na cidade e foi ele quem me relatou o acontecido. A relação do Dr. Napoleão com ele era de Tio para sobrinho: uma cobrança pertinaz pelos direitos da população. Falta de medicamentos, exiguidade de exames complementares era uma coisa inconcebível. Um dia, me contou o sobrinho, ele lhe ligou exigindo que mandasse urgente uma Cesta Básica para uma família de sua área que estava sofrando de uma doença terrível chamada fome. A cesta era um remédio imprescindível para curar a grave doença. De outra feita, passando pelos corredores da emergência do Hospital São Vicente, ouviu um jovem médico receitando um pobre matuto. A queixa principal era que tinha sido mordido por uma lagatixa. O jovem esculápio, sorrindo, liberou o paciente: podia ir para casa, não tinha problema nenhum: lagartixa não é venenosa. Dr. Napoleão voltou, chamou o colega e alertou-o. Podia proceder a aplicação do Soro Anti-Ofídico. Para lagartixa, Dr. Napoleão? Perguntou o colega confuso. Dr. Napoleão, então explicou o que a Ressonância Magnética e a Tomografia Computadorizada não diagnosticam: Meu filho, o matuto tem a crença de que se disser que foi mordido por cobra, não escapa da mordedura, por isso nunca revela que foi por jararaca ou cascavel, diz geralmente o nome de outro bicho. O rapazinho voltou e, através de gestos, descobriu a verdade revelada e o Soro salvador foi administrado.

A Academia de Medicina, no mesmo dia, homenageou muitos Napoleões: o médico, o historiador, o escritor, o humanista, o orador inspirado, o pai de família exemplar, o defensor intransigente do Cariri, o humorista fino, a ética de jaleco branco e, mais que tudo o Homem. É quase impossível conciliar tantas qualidades numa só pessoa. Em meio a tantas, no entanto, acredito que se sobressaia a pessoa do Dr. Napoleão, um exemplo de humildade e generosidade. Ele tem uma raríssima doença oftalmológica: só consegue ver o lado bom das pessoas. Todos a sua volta só têm qualidades: são inteligentes, bons, sóbrios, estudiosos, direitos e alegres. Nunca o vi tecer críticas a quem quer que fosse. Nas conversas com os amigos é aberto, bem humorado e não tem falsos moralismos. Memória privilegiada, carrega consigo uma enciclopédia invejável de histórias do nosso doce quotidiano regional.

Dr. Napoleão já me confidenciou que fica meio cabreiro com as homenagens, segundo ele, elas são sempre um pouco póstumas. Acredito que todos os nossos atos nesta terra sempre o são. A cada noite, nunca sabemos se a música que nos embala é um acalanto ou uma incelença. Mas diante de uma figura com tanta vitalidade como ele, certamente é a vida que pulsa em cada título que lhe é conferido. Chesterton dizia que há grandes homens que fazem os outros se sentirem pequenos, mas o grande homem mesmo é aquele quenfaz com que todos se sintam grandes diante dele. Pois bem, meu caro Dr. Napoleão, todo o Cariri se sente enorme, gigantesco diante da homenagem merecida que a Academia Cearense de medicina acaba de lhe outorgar.

Crato, 24/05/12.


J. FLÁVIO VIEIRA
 Escritor  inquieto e bem humorado, José Flávo Vieira busca no seu trabalho como médico o enredo e a alma para suas histórias carregadas de humanismo e questionamentos sobre a vida. Com uma produção crescente nos ultimos anos o médico/escritor consegue fazer o hibridismo entre o erudito e popular, entre o local e o universal. (Blog Cultura no Cariri)



03 junho 2012

ANDAR É BOM

Andar, acordar cedo, olhar pela janela e ver um céu ainda escuro clareado por uma luzinha solitária. Um avião que passa, um pára-raios que não passa ou um vagalume a pirilampear na madrugada? Ou seria um pirilampo vagalumeando a manhã que está chegando? Virar de lado, não andar, fechar os olhos, re-dormir. Deixar de perder alguns quilos, ganhar o conforte de um lençol quentinho numa madrugada escura e esfriada pela preguiça do sol. Amanhã, a mesma manhã, a mesma janela, o mesmo céu, o mesmo não-andar. Ao final do dia, gramas e felicidades a mais. E o sol, tão preguiçoso quanto eu. .

ANDAR É BOM

Andar, acordar cedo, olhar pela janela e ver um céu ainda escuro clareado por uma luzinha solitária. Um avião que passa, um pára-raios que não passa ou um vagalume a pirilampear na madrugada? Ou seria um pirilampo vagalumeando a manhã que está chegando? Virar de lado, não andar, fechar os olhos, re-dormir. Deixar de perder alguns quilos, ganhar o conforte de um lençol quentinho numa madrugada escura e esfriada pela preguiça do sol. Amanhã, a mesma manhã, a mesma janela, o mesmo céu, o mesmo não-andar. Ao final do dia, gramas e felicidades a mais. E o sol, tão preguiçoso quanto eu. .