30 maio 2010

VIAGEM AGORA É MUNTADO NUM RATO
NUM É NEM A PÉ,
NEM DENTRO DUM JATO,
NÃO GASTA XULÉ,
NEM GASTA SAPATO.
VIAGEM AGORA,
QUE‘O TEMPO IGNORA
PELO MUNDO AFORA,
É MUNTADO NUM RATO.

NO LOMBO DO RATO
VIAJO FELIZ,
NUM CLIC BEM DADO,
JÁ CHEGO EM PARIS.
VIAJO SEM MEDO
DE ROMA A PENEDO,
NUM CLIC DO DEDO
VISITO UM PAÍS
NUM CLIC BEM DADO,
NO LOMBO DO RATO,
EU SAIO DUM LADO,
PRA OUTRO DO MUNDO.
O TEMPO NEM CONTA,
SE FOR FAZER CONTA,
O TEMPO QUE CONTA,
NÉ NEM UM SEGUNDO.

NUM SEGUNDO SÓ,
NO LOMBO DO RATO
EU SAIO DO CRATO
E CHEGO EM ICÓ.
DE LÁ PARA A FRANÇA
VOCÊ NEM SE ENGANA
E VAI CHUPAR CANA
EM BODOCONGÓ.

NO LOMBO DO RATO
EU VOU AO MERCADO
COMPRO GUARDANAPO
ATÉ AVIÃO.
EU COMPRO VERDURA,
CD, RAPADURA,
SEM MUITA PROPCURA,
CARRAPETA E PIÃO.

CHEGA DE LOMBO DO RATO
QUE JÁ TA É FICANDO CHATO
E EU VOU SER LOGO DIRETO:
PARE LOGO ENQUANTO É CEDO
SENÃO NUM CLIC DO DEDO;
APAGO TUDO, LHE DELETO.

Ebbrito
VIAGEM AGORA É MUNTADO NUM RATO
NUM É NEM A PÉ,
NEM DENTRO DUM JATO,
NÃO GASTA XULÉ,
NEM GASTA SAPATO.
VIAGEM AGORA,
QUE‘O TEMPO IGNORA
PELO MUNDO AFORA,
É MUNTADO NUM RATO.

NO LOMBO DO RATO
VIAJO FELIZ,
NUM CLIC BEM DADO,
JÁ CHEGO EM PARIS.
VIAJO SEM MEDO
DE ROMA A PENEDO,
NUM CLIC DO DEDO
VISITO UM PAÍS
NUM CLIC BEM DADO,
NO LOMBO DO RATO,
EU SAIO DUM LADO,
PRA OUTRO DO MUNDO.
O TEMPO NEM CONTA,
SE FOR FAZER CONTA,
O TEMPO QUE CONTA,
NÉ NEM UM SEGUNDO.

NUM SEGUNDO SÓ,
NO LOMBO DO RATO
EU SAIO DO CRATO
E CHEGO EM ICÓ.
DE LÁ PARA A FRANÇA
VOCÊ NEM SE ENGANA
E VAI CHUPAR CANA
EM BODOCONGÓ.

NO LOMBO DO RATO
EU VOU AO MERCADO
COMPRO GUARDANAPO
ATÉ AVIÃO.
EU COMPRO VERDURA,
CD, RAPADURA,
SEM MUITA PROPCURA,
CARRAPETA E PIÃO.

CHEGA DE LOMBO DO RATO
QUE JÁ TA É FICANDO CHATO
E EU VOU SER LOGO DIRETO:
PARE LOGO ENQUANTO É CEDO
SENÃO NUM CLIC DO DEDO;
APAGO TUDO, LHE DELETO.

Ebbrito

28 maio 2010

O Mais Amado da Vovó

O Mais Amado da Vovó

26 maio 2010

Numa noite estrelada de julho de 2006, lá na Serra da Guritiba – Chapada do Araripe, bem em frente a casinha de Dau e Deta, estavam observando o céu embaixo dos pés de Timbauba completamente sem folhagem; pareciam ornamentado com uma estrela em cada estremidade de galho, quando o Zermano fez uma observação a Xico. Veja, parece um pé de estrelas.Daí o poeta fincou no mote e fez estes lindos versos:


Plantei sementes de amor
Brotou um pé de estrelas
E hoje se quero tê-las
Olho pro jardim do céu
E se a noite com o seu véu
A luz da lua escurece
Faço aos anjos uma u`a prece
E as tenho bem perto de mim

São estrelas maduras
Parindo outras estrelas
Algumas tão pequeninas
São meninos e meninas
Brilha a estrela João
Reluz a estrela Mariana
Vejo todas, vejo tantas
E não me canso de vê-las.
Numa noite estrelada de julho de 2006, lá na Serra da Guritiba – Chapada do Araripe, bem em frente a casinha de Dau e Deta, estavam observando o céu embaixo dos pés de Timbauba completamente sem folhagem; pareciam ornamentado com uma estrela em cada estremidade de galho, quando o Zermano fez uma observação a Xico. Veja, parece um pé de estrelas.Daí o poeta fincou no mote e fez estes lindos versos:


Plantei sementes de amor
Brotou um pé de estrelas
E hoje se quero tê-las
Olho pro jardim do céu
E se a noite com o seu véu
A luz da lua escurece
Faço aos anjos uma u`a prece
E as tenho bem perto de mim

São estrelas maduras
Parindo outras estrelas
Algumas tão pequeninas
São meninos e meninas
Brilha a estrela João
Reluz a estrela Mariana
Vejo todas, vejo tantas
E não me canso de vê-las.
Estou publicando aqui o link onde aparece a Celtic Woman interpretando a Ave Maria,   imaginem vocês a bordo do Hubble, passeando pelo universo, desta vez ouvindo a Ave Maria. Neste clima, eu imagino, que  não teriam vontade de retornar a Terra, pois estariam "Além do Horizonte".
http://letras.terra.com.br/celtic-woman/699094/
Colaborador- Marcos Aires de Brito
Estou publicando aqui o link onde aparece a Celtic Woman interpretando a Ave Maria,   imaginem vocês a bordo do Hubble, passeando pelo universo, desta vez ouvindo a Ave Maria. Neste clima, eu imagino, que  não teriam vontade de retornar a Terra, pois estariam "Além do Horizonte".
http://letras.terra.com.br/celtic-woman/699094/
Colaborador- Marcos Aires de Brito

22 maio 2010

Observando e Analisando Estrelas: Hubble - uma máquina fantástica.

Quando lhe perguntarem: onde “são fabricados” os elementos químicos? Responda de imediato: nas estrelas. Para você relaxar um pouco, enquanto estuda Química, assista ao vídeo, mas não se esqueça de ativar o som e clicar nas imagens para você viajar pelo universo junto com Blade Runner.
http://www.slideboom.com/presentations/133035/Astronomia

Durante a vida de uma estrela, como o sol, hidrogênio é convertido, a partir da fusão nuclear, em hélio com liberação de grande quantidade de energia. Entretanto, a temperatura na superfície do sol não é suficiente para ativar essa reação nuclear, entre dois núcleos de hidrogênio, então como explicar o sucesso dessa reação? A Mecânica Quântica explica: por efeito túnel.
Para distinguir entre os processos de fusão e de fissão nuclear, vale lembrá-lo que a obtenção de energia elétrica, por exemplo, nas usinas de Angra dos Reis/RJ, ocorre via fissão nuclear do U235 e não por fusão nuclear que ocorre no interior das estrelas.
Outras estrelas (as gigantes vermelhas) conseguem sintetizar (também via fusão nuclear) elementos leves até o oxigênio e nas supergigantes vermelhas, outros elementos (até o ferro) são sintetizados. Como surgem os elementos mais pesados que o ferro? São produzidos nas supernovas (com massas 8 vezes superiores à massa do sol), onde ocorrem gigantescas explosões com imensas liberações de energia.
O supertelescópio Hubble possui instrumentos que analisam as raias espectrais da radiação que vem das estrelas e de outros corpos celestes, caracterizando elementos e conseqüentemente, ajudando aos cientistas a fazer o mapeamento químico do universo.
Marcos Aires de Brito
Observando e Analisando Estrelas: Hubble - uma máquina fantástica.

Quando lhe perguntarem: onde “são fabricados” os elementos químicos? Responda de imediato: nas estrelas. Para você relaxar um pouco, enquanto estuda Química, assista ao vídeo, mas não se esqueça de ativar o som e clicar nas imagens para você viajar pelo universo junto com Blade Runner.
http://www.slideboom.com/presentations/133035/Astronomia

Durante a vida de uma estrela, como o sol, hidrogênio é convertido, a partir da fusão nuclear, em hélio com liberação de grande quantidade de energia. Entretanto, a temperatura na superfície do sol não é suficiente para ativar essa reação nuclear, entre dois núcleos de hidrogênio, então como explicar o sucesso dessa reação? A Mecânica Quântica explica: por efeito túnel.
Para distinguir entre os processos de fusão e de fissão nuclear, vale lembrá-lo que a obtenção de energia elétrica, por exemplo, nas usinas de Angra dos Reis/RJ, ocorre via fissão nuclear do U235 e não por fusão nuclear que ocorre no interior das estrelas.
Outras estrelas (as gigantes vermelhas) conseguem sintetizar (também via fusão nuclear) elementos leves até o oxigênio e nas supergigantes vermelhas, outros elementos (até o ferro) são sintetizados. Como surgem os elementos mais pesados que o ferro? São produzidos nas supernovas (com massas 8 vezes superiores à massa do sol), onde ocorrem gigantescas explosões com imensas liberações de energia.
O supertelescópio Hubble possui instrumentos que analisam as raias espectrais da radiação que vem das estrelas e de outros corpos celestes, caracterizando elementos e conseqüentemente, ajudando aos cientistas a fazer o mapeamento químico do universo.
Marcos Aires de Brito
EU E MEU CAMPINA
Assaré, terra querida
Nestes versos que componho
Te digo que em minha vida
Tu és o meu grande sonho
Desde o vale até o monte
És a milagrosa fonte
De minhas aspirações
Meu torrão de sol ardente
Banhado pela corrente
Do rio dos Bastiões
                                         Foi em mil e novecentos
 E nove que eu vim ao mundo
Meus pais naqueles momentos
Tiveram prazer profundo,
Foi na Serra de Santana
Em uma pobre choupana
Humilde e modesto lar
Foi ali onde eu nasci
E a cinco de Março vi
Os raios da luz solar.
Eu nasci ouvindo os cantos
Das aves da minha terra
E vendo os lindos encantos
Que a mata bonita encerra,
Foi ali que eu fui crescendo,
Fui lendo e fui aprendendo
No livro da natureza
Onde Deus é mais visível,
O Coração mais sensível
E a vida tem mais pureza.
Sem poder fazer escolhas
De livro artificial,
Estudei nas lindas folhas
Do meu livro natural
E assim longe da cidade
Lendo nesta faculdade
Que tem todos os sinais,
Com esses estudos meus
Aprendi amar a Deus
Na vida dos animais.
 Quando canta o sabiá
Sem nunca ter tido estudo
Eu vejo que Deus está
Por dentro daquilo tudo,
Aquele pássaro amado
No seu gorgeio sagrado
Nunca uma nota falhou,
Na sua cançào amena
Só diz o que Deus ordena
Só canta o que Deus mandou.
 Crescí entre os campos belos
De minha adorada Serra,
Compondo versos singelos
Brotados da própria terra,
Inspirado nos primores
Dos campos com suas flores
De variados formatos
Que pra mim sào obras primas
Sem nunca invejar as rimas
Dos poetas literatos.
Vivendo naquele meio
Sentindo um prazer infindo
De doces venturas cheio
Parecia estar ouvindo
Naquele quadro silvestre
A voz do Divino Mestre
Falando dentro de mim:
- Não lamente a pobreza
Pois tu tens grande riqueza,
Felicidade é assim.
 E eu passava sorridente
A tarde, a noite e a manhã,
Sem nunca me entrar na mente
A falsa riqueza vã,
Mas por capricho da sorte
Ví que a estrela do meu norte
Deixou de me proteger,
Saí do meu paraíso
Porque na vida é preciso
Gozar e também sofrer
 Com setenta anos de idade
O destino me fez guerra
Fui residir na cidade
Deixando a querida Serra,
Minha Serra pequenina,
Mas um galo de campina
De trazer não me esquecí
Porque neste passarinho
Estou vendo um pedacinho
Lá do sítio onde nascí.


 Me envolve nesta cidade
Certa sombra de tristeza
Sentindo a roxa saudade
Das vozes da Natureza
Longe daquele ambiente
Tão puro e tão inocente
Que me prende e que me encanta,
Tenho apenas esta lira,
Um coração que suspira
E um passarinho que canta.
 Canta campina, o teu canto
Faz diminuir o meu tédio
Para aplacar o meu pranto
A tua vóz é remedio,
Neste nosso esconderijo
És o único regozijo
Para os tristes dias meus
Tu és um anjo divino
E este teu canto é um hino
Louvando o poder de Deus.
 Por dentro da mesma linha
Nossa vida continua
A tua sorte é a minha
E a minha sorte é a tua,
Se vivendo na cidade
Tu cantas uma saudade
Saudade o teu dono tem,
Meu querido companheiro
Se tu és prisioneiro
Eu vivo preso também.
 Se tu tens a tua história
Que o mau destino te deu,
Perdí também uma glória,
O mesmo padeço eu,
Meu querido passarinho
Vamos no mesmo caminho
Seguimos a mesma meta
Padecem a mesma sina
O poeta do campina
E o campina do poeta.
 Era boa a tua vida
Porque vivias liberto
E para tua dormida
Tu tinhas o ponto certo,
Mas não lamentes o fado
Vivendo hoje preso ao lado
Deste teu pobre senhor,
Quem sabe se no porvir
Tu não irias cair
Nas armas do caçador?
 Eu te conduzi do mato
Com desvelo e com carinho
Porque neste mundo ingrato
Ninguem quer viver sozinho,
Se a mesma sorte tivemos
Juntinho nós viveremos
Por ordem do Criador,
Neste sombrio recanto
Tu, consolando meu pranto
E eu cantando a tua dor.


Patativa do assaré
EU E MEU CAMPINA
Assaré, terra querida
Nestes versos que componho
Te digo que em minha vida
Tu és o meu grande sonho
Desde o vale até o monte
És a milagrosa fonte
De minhas aspirações
Meu torrão de sol ardente
Banhado pela corrente
Do rio dos Bastiões
                                         Foi em mil e novecentos
 E nove que eu vim ao mundo
Meus pais naqueles momentos
Tiveram prazer profundo,
Foi na Serra de Santana
Em uma pobre choupana
Humilde e modesto lar
Foi ali onde eu nasci
E a cinco de Março vi
Os raios da luz solar.
Eu nasci ouvindo os cantos
Das aves da minha terra
E vendo os lindos encantos
Que a mata bonita encerra,
Foi ali que eu fui crescendo,
Fui lendo e fui aprendendo
No livro da natureza
Onde Deus é mais visível,
O Coração mais sensível
E a vida tem mais pureza.
Sem poder fazer escolhas
De livro artificial,
Estudei nas lindas folhas
Do meu livro natural
E assim longe da cidade
Lendo nesta faculdade
Que tem todos os sinais,
Com esses estudos meus
Aprendi amar a Deus
Na vida dos animais.
 Quando canta o sabiá
Sem nunca ter tido estudo
Eu vejo que Deus está
Por dentro daquilo tudo,
Aquele pássaro amado
No seu gorgeio sagrado
Nunca uma nota falhou,
Na sua cançào amena
Só diz o que Deus ordena
Só canta o que Deus mandou.
 Crescí entre os campos belos
De minha adorada Serra,
Compondo versos singelos
Brotados da própria terra,
Inspirado nos primores
Dos campos com suas flores
De variados formatos
Que pra mim sào obras primas
Sem nunca invejar as rimas
Dos poetas literatos.
Vivendo naquele meio
Sentindo um prazer infindo
De doces venturas cheio
Parecia estar ouvindo
Naquele quadro silvestre
A voz do Divino Mestre
Falando dentro de mim:
- Não lamente a pobreza
Pois tu tens grande riqueza,
Felicidade é assim.
 E eu passava sorridente
A tarde, a noite e a manhã,
Sem nunca me entrar na mente
A falsa riqueza vã,
Mas por capricho da sorte
Ví que a estrela do meu norte
Deixou de me proteger,
Saí do meu paraíso
Porque na vida é preciso
Gozar e também sofrer
 Com setenta anos de idade
O destino me fez guerra
Fui residir na cidade
Deixando a querida Serra,
Minha Serra pequenina,
Mas um galo de campina
De trazer não me esquecí
Porque neste passarinho
Estou vendo um pedacinho
Lá do sítio onde nascí.


 Me envolve nesta cidade
Certa sombra de tristeza
Sentindo a roxa saudade
Das vozes da Natureza
Longe daquele ambiente
Tão puro e tão inocente
Que me prende e que me encanta,
Tenho apenas esta lira,
Um coração que suspira
E um passarinho que canta.
 Canta campina, o teu canto
Faz diminuir o meu tédio
Para aplacar o meu pranto
A tua vóz é remedio,
Neste nosso esconderijo
És o único regozijo
Para os tristes dias meus
Tu és um anjo divino
E este teu canto é um hino
Louvando o poder de Deus.
 Por dentro da mesma linha
Nossa vida continua
A tua sorte é a minha
E a minha sorte é a tua,
Se vivendo na cidade
Tu cantas uma saudade
Saudade o teu dono tem,
Meu querido companheiro
Se tu és prisioneiro
Eu vivo preso também.
 Se tu tens a tua história
Que o mau destino te deu,
Perdí também uma glória,
O mesmo padeço eu,
Meu querido passarinho
Vamos no mesmo caminho
Seguimos a mesma meta
Padecem a mesma sina
O poeta do campina
E o campina do poeta.
 Era boa a tua vida
Porque vivias liberto
E para tua dormida
Tu tinhas o ponto certo,
Mas não lamentes o fado
Vivendo hoje preso ao lado
Deste teu pobre senhor,
Quem sabe se no porvir
Tu não irias cair
Nas armas do caçador?
 Eu te conduzi do mato
Com desvelo e com carinho
Porque neste mundo ingrato
Ninguem quer viver sozinho,
Se a mesma sorte tivemos
Juntinho nós viveremos
Por ordem do Criador,
Neste sombrio recanto
Tu, consolando meu pranto
E eu cantando a tua dor.


Patativa do assaré
SERTÃO, SERTÕES

Sertão, sertões, vários há, basta senti-los: há o sertão dos que não foram e o daqueles que regressaram,
atraídos pela saudade do luar, do cheirinho da terra, da brisa amena da noite; há o sertão da macambira, do xique-xique, do mandacaru, plantas espinho/flor que acariciam agrestinamente o coração grande do sertanejo; há o sertão que contradiz e desmitifica a crueldade que alguns erroneamente enxergam habitar solitária no meio da mata rala: este, o sertão da alegria, do povo feliz, que vai ao forró e dança até que a lua, cansada, ceda seu lugar ao sol. Este, o sertão que sinto, múltiplo, plural e singular, não apenas bonito, sobretudo belo.
Xico Bizerra
SERTÃO, SERTÕES

Sertão, sertões, vários há, basta senti-los: há o sertão dos que não foram e o daqueles que regressaram,
atraídos pela saudade do luar, do cheirinho da terra, da brisa amena da noite; há o sertão da macambira, do xique-xique, do mandacaru, plantas espinho/flor que acariciam agrestinamente o coração grande do sertanejo; há o sertão que contradiz e desmitifica a crueldade que alguns erroneamente enxergam habitar solitária no meio da mata rala: este, o sertão da alegria, do povo feliz, que vai ao forró e dança até que a lua, cansada, ceda seu lugar ao sol. Este, o sertão que sinto, múltiplo, plural e singular, não apenas bonito, sobretudo belo.
Xico Bizerra
A VIDA E O TEMPO
Vida não dá pra medir
Com mera subtração
Eu não sei quanto vivi
Essa é minha opinião.
Não dá pra medir alegria
Quantificar emoção
Misturar cronologia
Com sentimento ou paixão.

Vinte anos de tristeza
Outro tanto de alegria
Tinta e cinco de dureza
Quarenta de rebeldia.

Trabalhei setenta anos
Ja li muita papelada
Estudei fiz muitos planos
Hoje sei que não sei nada.
Não sei se devo ou me devem
Nem quero essa conta fazer
Pois unidos todos crescem
Mais importa ser, que ter.

Não sou eu quem faz as contas
Dos dons e defeitos meus
Pois amigo, ao que me consta,
Contador de vida é Deus.
Eu não sei quanto vivi
Mas espero sem temor
No que falta pra partir,
Haja cem anos de amor.


José Hermano Bezerra de Brito