Continuação
5. A
Novo Rumo Topografia na Enercan
Constatamos ao chegar, no final
da tarde de uma sexta-feira, que na UHE Enercan não seria possível (devido a
muitas pedras no leito do Rio Canoas) se utilizar o barco e assim, todo o
trabalho em água foi realizado em um caiaque duplo para expedição. Por outro
lado, as três turbinas estavam desligadas e a expectativa na sala de comando da
empresa seria de ficarem sem gerar energia durante todo o final de semana.
Tratamos de iniciar os trabalhos e ao entrar na água logo avistei uma grande
carpa morta e ficamos por lá trabalhando até o anoitecer. Constatei, na
escuridão da noite, a luz vermelha do Rubi LASER (Light Amplification by Stimulated
Energy Radiation), que é formado por uma matriz de alumina (Al2O3)
dopada com átomos de crômio e naquele momento retornei a minha postura
científica, pois relembrei que o LASER foi previsto por A. Einstein (1906) e
pela Mecânica Quântica (1926-1928), sendo desenvolvido e utilizado inicialmente
pela NASA para medir a distância Terra-Lua e assim contribuiu para o sucesso do
projeto Apolo. A radiação LASER, que é pulsada/monocromática, se constitui em
uma evidência direta da estrutura discreta, ou seja, não contínua do átomo...,
mas naquele momento o que importava era que o rubi laser estava sendo utilizado
pelos competentes topógrafos da Novo Rumo Topografia.
Agora éramos três e o trabalho foi
cansativo e perigoso, mas eu fui favorecido pelo longo estágio com os Mocós do
Açude de Cedro, nos Monólitos de Quixadá/CE, isto é, aprendi a subir e a descer
grandes pedras em segurança! No dia seguinte, bem cedo, estávamos de volta à
Enercan e logo os meninos encontraram 27 mandis pintados, 37 vogas e muitos lambaris.
Eu encontrei mais uma grande carpa morta e o Renê retornou ao hotel para
colocar os peixes vivos no freezer. Trabalhamos naquele sábado até o escurecer
e limpamos os peixes até a meia noite.
Seguiu-se uma rotina (do nascer
ao por do sol) por mais quatro dias de topografia convencional, Topo batimetria
e Eco batimetria em caiaque, em que se passava todo o dia molhado (pelas águas
do Canoas e pela chuva), mas terminamos aquela missão com total sucesso e na
sexta-feira (21/12/2012) retornamos à Baesa para completar as medidas na parte
de baixo da temida cachoeira! A expectativa era muito grande e a questão
levantada foi “como proceder para se completar os dados em Barra Grande”?
6. De
volta à Barra Grande: a missão foi cumprida
A equipe da Novo Rumo Topografia
(agora eu, Renê e Mateus) vislumbrou duas possibilidades para finalizar o
trabalho na parte de baixo da cachoeira do Rio Pelotas, na UHE da Baesa: eu
planejava descer a cachoeira com o barco vazio (os equipamentos seriam
transportados pelos meninos, via pedras, até cerca de 50 metros após a
cachoeira), desceria com o motor desligado, mas utilizando o leme para defender
a embarcarão do confronto direto com as pedras e após se realizar as medidas, desceríamos
o rio até Machadinho. Por outro lado, os rapazes planejavam o contrário, ou
seja, subir o Rio Pelotas (via Machadinho), de barco e com todos os
equipamentos à bordo, e depois se retornaria. Mas ambas as hipóteses teriam que
ser avaliadas a partir de informações junto à direção dessa UHE.
Chegando à Barra Grande a Novo
Rumo Topografia teve a autorização para trabalhar em água por apenas duas
horas, com todas as turbinas e o vertedouro desligado, e assim procedemos. Finalmente foi possível se medir de caiaque
os últimos 400 metros que restavam para se cumprir a tarefa! Realizamos (eu e o
Renê) Topo batimetria, em baixa correnteza e no final do tempo estabelecido o
Mateus (na Estação total) nos avisou pelo rádio para abandonarmos a água.
Conseguimos realizar as medidas (com 50 metros de sobra), mas tornou-se
complicado retornar com o caiaque, pois a água subia rapidamente, ou seja, como
as 3 turbinas foram ligadas o nível d’água subiu maus de 4m! O Mateus desmontou
e guardou a Estação total e foi nos ajudar. Puxamos o caiaque, feito boi manso (o
Renê na água, eu e o Mateus pelas pedras), com uma corda, contra a correnteza por
cerca de 1300 metros até se chegar ao carro, mas, para a minha surpresa, os rapazes
se interessaram por dois galhos secos (de Tarumã) e os levamos para a Montana!
Com a missão cumprida, retornamos
à Capinzal, onde se encontram os dois tocos no jardim da casa/escritório da ME,
pois representam troféus conquistados na Baesa e na Enercan. Acredito mesmo que ambos os tocos representam
a garra, a capacitação técnica dos jovens Agrimensores da Novo Rumo Topografia e
também simbolizam a capacidade de resolverem problemas que surgem no percurso
do trabalho e de cumprirem prazos, mesmo tendo que enfrentar grandes pedras e
fortes corredeiras, pois aventuras são comuns na vida de topógrafos.
Marcos,
01/01/2013.
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