A Purificação
Maria Carvalho Tia Doninha, era a filha mais nova dos meus bisavós paternos. Certa vez, quando ela fazia uma visita a seus parentes, os Cruz Neves, que moravam no Sítio Saco, àquela época município de Jardim, Doninha que era um pouco “avexadinha” em lá chegando, deparou-se com um morador do sítio bastante enfermo e porque não estava recebendo o asseio devido, exalava um mau cheiro de fazer dó. Então, ela diagnosticou que a pessoa estava doente porque não tomava banho. Providenciou logo um cozimento de tudo que era meizinha e contra a vontade de todos, partiu pra lavação. Depois que ela purificou o corpo enfermo, ali mesmo no lavatório ele exalou o último suspiro, sob os olhares atônitos dos parentes.
Protestos em geral!- Doninha, você matou o home!
- Éee, mas morreu limpo!!!
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O Vestido ApertadoDoninha numa de suas andanças pelo Crato, foi à casa de sua prima Sila Brito e pediu que fizesse um vestido para ela. Na hora da prova o decote ficou um pouco apertado e não deu pra vestir por causa de seu cocó que era meio grande. Não teve conversa, mais que de pressa pediu uma tesoura.
- Pra que Doninha?
Perguntou Sila assustada.
- Deixe por minha conta e não pergunte mais. Você vai ver!
E de uma tesourada só o coque caiu no chão.
Escrita por José Ronald Brito
4 comentários:
Sempre estou interessado em conhecer os causos, e/ou as estórias, contados pelo Zé Ronaldo, mas quero narrar um momento em que presenciamos o Coronel correndo da chuva na terra dos monólitos.
“Pois é Mano, se vocês quiserem poderemos dar um giro pelo sertão do Quixadá”. Este foi o tom do convite vindo do Zé Ronaldo por ocasião da festa em comemoração aos 80 anos de mamãe. O convite foi aceito com muito prazer e na madrugada do outro dia lá estava ele para nos buscar no apartamento de mamãe, pois o Zé Ronaldo queria acompanhar o nascer do sol já nas terras do Quixadá. Assim, viajando e conversando, fomos nós (Zé Ronaldo, eu, o meu filho Mateus e o meu irmão Chico) visitar as pedras e o centenário Açude do Cedro, mas chegando lá e quando iniciamos o percurso pela barragem principal, de repente bateu uma chuva forte! Retornamos correndo para nos abrigar encostado da pedra faladeira e foi muito curioso nos sentir “fugindo da chuva” na terra dos monólitos, que fica em pleno sertão do Ceará.
Nesse momento, ao conversar com um antigo morador da região eu não pude conter as lágrimas, pois há 40 anos eu deixara aquelas bandas do sertão nordestino em busca de melhores condições de estudo na capital Cearense.
Foi uma pena agente não poder ficar um pouco mais, poder curtir as lembranças do passado no antigo Açude do Cedro, e seguimos viagem para “tomar o café” na cidade do Quixadá, mas lá chegando a chuva parou! Seguimos para o Castanhão, onde almoçamos Tilápia, tiramos fotos e em seguida fomos direto para a sua fazenda na região do Cristalino. Após uma breve estada em sua fazenda e na volta para Fortaleza, o Mateus, que vive no sul do país, ficou admirado em ver bodes e cabras fazendo poses (trepados em pedras), andando tranquilamente na ponta de varas (em cima de cercas), perguntou: “como é possível o controle dessas cabras e ovelhas, todas soltas e sem cercas divisórias nem piquetes?” O Coronel prontamente respondeu: “a melhor cerca é o pasto”. Assim, a conversa fluiu e após 300 Km de passeio, por volta das 5:0h da tarde, nós estávamos em segurança e de volta em casa. Foi um dia maravilhoso, eu tive a chance de rever o sertão do Ceará e rimos bastante com os interessantes “causos” contados pelo Coronel Ronald Brito. Ficam aqui os nossos agradecimentos pelo passeio e pela chance que tivemos de conviver por um dia com o movimentado, amigo e muito disposto Zé Ronaldo.
Marcos, 31/05/2011
Valeu Mano, este vou imprimir e entregar pro Zeronaldo.
Cacainha.
Veja como eu perdi o jeito em lidar com o teu Blog. Ainda bem que assinei embaixo, pois em cima sai como anônimo!
Convide o Zé Ronaldo para seguir o teu Blog. Assim ele nos conta causos e mais causos e agente poderia conversar com ele.
Marcos, 01/06/2011
Dr. Manin
MARCOS AIRES DE BRITO, Dr. Mano ou Manin para os íntimos, surpreendeu-me com sua crônica “Sobre Zé Ronaldo”. Zé Ronaldo, sou eu para os da família, nome que talvez tivesse assentado melhor em mim, pois o de José Ronald, desde o batismo, foi contestado pelos meus avós paternos que não concebiam como poderia dar certo o nome de São José, misturado ao de um artista de cinema (Ronald Collman).
Quanto a nossa viagem ao Sertão Central cearense, Quixadá, Jaguaribara e Morada Nova, foi para Mano uma recordação, para Francisco José e Matheus uma novidade. Mano, quando deixou Quixadá, já era ginasiano, enquanto que seu irmão “Chico” ainda era uma criancinha e, como Matheus é catarinense, os dois encantaram-se com a terra dos monólitos, principalmente com o açude de Cedro, a “pedra faladeira” e a “galinha Choca”. A chuva que caiu sobre nós naquele passeio, a meu ver, foi uma saudação Divina para aqueles filhos que retornavam ao sertão onde um dia moraram. Era plena estação seca!
Em Jaguaribara eles admiraram o gigante das águas cearenses - o açude Castanhão, oficialmente batizado de Açude Padre Cícero, e provaram do seu peixe.
Visitando o município de Morada Nova, conheceram a simplicidade de uma fazenda do Semi-Árido.
Em Floripa, além das atividades científicas, o Mano mantém um sítio organizado e repleto de projetos experimentais.
A nossa viagem ao interior do Estado foi para eles um exercício de conhecimento e recordações; para mim uma jornada prazerosa por caminhos que há muito tempo eu não andava e, naquele dia, pude revê-los em tão especial companhia.
J. Ronaldo Brito
Julho de 2011.
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